São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010

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Bienal de SP escolhe seu próximo curador

Presidente reeleito hoje quer indicar a curadoria de 2012 o quanto antes

Entre os cotados estão os brasileiros Rodrigo Moura e Suely Rolnik e três estrangeiros, entre eles Hans-Ulrich Obrist

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

Com a reeleição certa de Heitor Martins, hoje, pela primeira vez, na última década, o novo presidente da Fundação Bienal é reeleito tão logo a mostra seja encerrada e sem ter apresentado sua prestação de contas.
A pressa tem um só sentido: Martins e a Fundação Bienal pretendem anunciar o curador da 30ª edição, de 2012, o mais rápido possível, para que ele ou ela tenham um prazo mais adequado para uma mostra desse porte.
Os curadores da edição que foi encerrada no último domingo tiveram pouco mais de um ano para tanto, prazo exíguo para uma exposição que ocupa cerca de 30 mil m2.
Martins, ao conseguir recuperar a instituição do ponto de vista financeiro, se tornou um consenso dentro da fundação.
Pouco antes da abertura da própria Bienal, numa reunião do conselho, sua reeleição chegou a ser proposta, mas só não se concretizou porque, para que ela ocorresse, seria necessária a convocação de uma reunião com esse fim, o que não tinha sido o caso.
Isso, contudo, foi a carta branca que o empresário precisava para já iniciar a escolha do novo curador e, com poucos membros da diretoria, entre eles os colecionadores Justo Werlang e Miguel Chaia, começou a realizar encontros e pedir projetos.

SONDADOS
Segundo a Folha apurou, cinco curadores foram procurados nesse meio tempo.
Entre eles, os brasileiros Rodrigo Moura, de Inhotim, e Suely Rolnik -que fez a exposição de Lygia Clark, na Pinacoteca, em 2006.
Os nomes estrangeiros incluem o venezuelano Luis Pérez-Oramas, curador de arte latino-americana do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), o suíço Hans-Ulrich Obrist, diretor da Serpentine Gallery, em Londres, e o espanhol Agustin Perez Rubio, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Leon y Castilla.
Obrist já está organizando uma mostra sobre arte brasileira, com apoio de Martins, mesmo antes de sua reeleição, que será exibida paralelamente à 30ª Bienal de São Paulo, junto com Paulo Herkenhof, entre outros.
Por já ter participado de várias outras bienais, entre elas a de Veneza, e por já estar envolvido com arte brasileira, Obrist seria o favorito do grupo, mas seu excesso de compromissos é um empecilho à sua escolha, embora ele tenha manifestado interesse em organizar a mostra.
Entre os demais, segundo a Folha apurou, Pérez-Oramas, que também é muito envolvido com arte brasileira -ele foi o curador da mostra de Mira Schendel e León Ferrari no MoMA e na Fundação Iberê Camargo-, seria o favorito.
Ele já esteve, aliás, envolvido com a Bienal de São Paulo, em 1998, como um dos curadores convidados.

DECISÃO
No entanto, hoje à noite, Martins precisa convencer o conselho de que a decisão será apenas sua, já que alguns conselheiros queriam que o processo fosse mais democrático, por meio de uma comissão, como a que escolheu a curadora Lisette Lagnado, em 2005.
"Segundo o estatuto, essa é uma função da diretoria", defende Martins, que não confirma os curadores já citados como candidatos.
Martins apenas comenta, de forma sucinta: "São todos bons nomes". O anúncio, contudo, não deve demorar. "É nosso interesse decidir o mais rápido possível", conta o presidente.


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