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FILMES
TV PAGA
Otto Preminger traduz vida e morte na veia
PAULO SANTOS LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O que há de contraditório
nas drogas é o prazer supremo que oferecem acompanhado
de uma destruição física profunda. Vida e morte num mesmo ato,
portanto. O que o aproxima do
sexo, que no clímax nos arranca
da realidade para nos colocar em
outra órbita que traz tanto energia como sensação de morte.
Há também a natureza proibida
de ambos, e não é por menos que
há quem julgue o sexo como um
vício. Daí que só um cineasta tão
íntimo com corpos e sexualidade
na tela como Otto Preminger para
dar conta deste assunto pantanoso em 1955, em "O Homem do
Braço de Ouro". Um filme feito
com peças do "mercado negro": a
sexualidade de Frank Sinatra e
Kim Novak, o consumo explícito
de drogas e a musicalidade do jazz
cadenciando a "trip" do baterista
Frankie Machine, o protagonista.
Essa passagem em que ele toma
um pico é exemplar. A música de
Elmer Bernstein assume o áudio e
a câmera vai até seus olhos para
registrar o êxtase, com pupilas dilatadas sibilando até o fechar das
pálpebras. Uma imagem que poderia estar numa seqüência de sexo, em registro tão simbólico
quanto explícito.
Preminger não tomou drogas
para fugir de uma realidade brutal, a do nazismo, quando partiu
para os EUA ainda nos anos 30.
Construiu uma filmografia que
abalava a hipocrisia de certas fortalezas morais, como a justiça e o
desejo sexual. Com pé num cinema mais anos 40, glamourizado, e
o outro pisando em terreno mais
físico, ele foi dos cineastas-autores que modernizaram a dramaturgia e estética do cinema americano nos anos 50. Curioso que o
filme, com censura nazista em
plenos EUA, parece também um
caso de consumo de ácido, onde
se foge de uma realidade para se
cair em outra não muito melhor.
O HOMEM DO BRAÇO DE OURO.
Quando: hoje, às 21h, no Telecine Classic.
TV ABERTA
"Esperando por Guffman" vê sonhos de diretor teatral
Operação Cupido
SBT, 14h.
(The Parent Trap). EUA, 1998. Direção:
Nancy Meyers. Com Lindsay Lohan.
"Remake" do filme infanto-juvenil de 61,
sobre gêmeas separadas ainda bebês.
Não Quebre Meu Coração
SBT, 16h.
(Don't Go Breaking My Heart). EUA, 1998.
Direção: Willi Patterson. Com Anthony
Edwards. Comédia romântica sobre os
problemas de professor que, separado
da mulher, se interessa por outra moça,
que por sua vez tem um namorado.
King Kong
Globo, 16h10.
EUA, 1976. Direção: John Guillermin.
Com Jeff Bridges. O produtor Dino de
Laurentis fez essa refilmagem crente que
tinha uma futura estrela nas mãos,
Jessica Lange. Não deu outra. O
problema é que a comparação com a
história original (dos anos 30) do enorme
símio que se apaixona por uma garota é
constrangedora -para a versão de 76.
O Exterminador do Futuro
Record, 21h.
(The Terminator). EUA, 1984. Direção:
James Cameron. Com Arnold
Schwarzenegger. Arnold é o vilão da
história, como o ciborgue que vem do
futuro para exterminar a mãe daquele
que deveria ser o futuro salvador da
humanidade (num momento em que os
ciborgues tentariam o controle da Terra).
O Corpo
Globo, 23h30.
(The Body). EUA, 2001. Direção: Jonas
McCord. Com Antonio Banderas. Um
corpo datando do século 1 a.C. é
encontrado por expedição arqueológica.
Os exames constatam que possa vir a ser
o corpo de Cristo. Inédito.
Esquentando o Alasca
SBT, 23h30.
(Mystery, Alaska). EUA, 1999. Direção:
Jay Roach. Com Russell Crowe. Time de
hóquei de Mystery, Alasca, topa disputar
uma partida contra os poderosos
Rangers de Nova York.
Desafio sem Limites
SBT, 1h45.
(Good Luck). EUA, 1997. Direção: Richard
Labrie. Com Vincent D"Onofrio. Ex-jogador de futebol americano fica cego
depois de acidente.
Comportamento Indecente 2
Bandeirantes, 2h.
(Indecent Behavior 2). EUA, 1994.
Direção: Carlo Gustaff. Com Shannon
Tweed. Uma terapeuta sexual procura
ajuda de um colega para investigar o
assassinato de uma cliente.
Esperando por Guffman
SBT, 3h30.
(Waiting ofr Guffman). EUA, 1996.
Direção: Christopher Guest. Com Lewis
Arquette. O próprio diretor (e roteirista)
faz o papel do diretor teatral da pequena
Blaine, Missouri, que prepara um musical
com atores locais para comemorar os
150 anos da cidade. Em dado momento,
ele começa a crer que um produtor da
Broadway mandaria um olheiro para ver
o espetáculo. Só para São Paulo.
Bordel da Sangue
Globo, 3h35.
(Tales from the Crypt Presents Bordello
of Blood). EUA, 1996. Direção: Gilbert
Adler. Com Dennis Miller. Investigações
sobre o irmão de um reverendo
moralista levam detetive a um bordel
com vampiras sedentas por sangue e
algo mais.
A Caixa de Pandora
SBT, 4h50.
(Can of Worms). EUA, 1999. Direção: Paul
Schneider. Com Michael Shulman. Após
um dia de cão, adolescente toma de seu
radiotransmissor e convoca os
extraterrestres do universo a ajudá-lo.
Eles até que atendem ao seu apelo, mas
vêm tanto os aliens do bem como os do
mal. O problema está armado.
(INÁCIO ARAUJO E PAULO SANTOS LIMA)
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