|
Texto Anterior | Índice
Exposição fotográfica enfoca
linha artística do grupo Stagium
Em painéis, Emidio Luisi mostra dos bastidores à boca de cena da companhia
INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA
O ano de 1971 marca o início
da história do balé Stagium,
abrindo também uma década
singular na história da dança
paulista. Foi a época da renovação do Corpo de Baile Municipal e do Teatro de Dança Galpão; o experimentalismo e a
vontade de abordar questões
pertinentes à realidade social
passaram a integrar os espetáculos.
A exposição "Stagium 35
Anos", do fotógrafo Emidio
Luisi, procura desvelar ao longo do tempo essa coerente linha artística da companhia.
As fotos conduzem o espectador pelos caminhos dos dançarinos, dos bastidores até a boca de cena; mostram a sede da
companhia, o aquecimento individual, a dança no palco. Luisi
não se ateve a uma narrativa
cronológica, mas sim "buscou a
cara da companhia, a sua linha
coreográfica, sua plástica", com
quadros que revelam os corpos
em movimento, "gerando esculturas no espaço".
Ele começou a fotografar na
época em que o Stagium dava
seus primeiros passos. Sua primeira conversa para mostrar o
trabalho foi com Décio Otero,
coreógrafo e diretor da companhia. "Perguntei o que era uma
boa foto de dança; ele respondeu: "Quando os fotógrafos não
sabem congelar o movimento,
eles usam velocidade baixa, aí
borra tudo e não se nota nada"."
Para Marika Gidali, diretora
da companhia, vida e dança se
completam e se confundem:
"Feliz da pessoa que acha um
caminho e luta por ele com
amor. Aprendi minha essência
através da dança." A exposição,
para ela, recolhe "momentos da
nossa história, estampados".
Luisi resume o segredo da
boa foto de dança: "O fotógrafo
está no meio, entre a platéia e o
palco. E lá no palco há uma metamorfose: o fotógrafo tenta
captar algo que possa dar a sensação do que vinha antes e do
que vem depois. A foto é algo
estático, mas que busca dar a
impressão de movimento".
STAGIUM 35 ANOS
Quando: de terça a domingo, das 9h
às 21h; até 25/2
Onde: Caixa Cultural, edifício Sé
(praça da Sé, 111, tel. 0/xx/11/
3321-4400)
Quanto: Grátis
Texto Anterior: "Salvador Negroamor" questiona "apartheid" econômico Índice
|