São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

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Exposição fotográfica enfoca linha artística do grupo Stagium

Em painéis, Emidio Luisi mostra dos bastidores à boca de cena da companhia

INÊS BOGÉA
CRÍTICA DA FOLHA

O ano de 1971 marca o início da história do balé Stagium, abrindo também uma década singular na história da dança paulista. Foi a época da renovação do Corpo de Baile Municipal e do Teatro de Dança Galpão; o experimentalismo e a vontade de abordar questões pertinentes à realidade social passaram a integrar os espetáculos.
A exposição "Stagium 35 Anos", do fotógrafo Emidio Luisi, procura desvelar ao longo do tempo essa coerente linha artística da companhia.
As fotos conduzem o espectador pelos caminhos dos dançarinos, dos bastidores até a boca de cena; mostram a sede da companhia, o aquecimento individual, a dança no palco. Luisi não se ateve a uma narrativa cronológica, mas sim "buscou a cara da companhia, a sua linha coreográfica, sua plástica", com quadros que revelam os corpos em movimento, "gerando esculturas no espaço".
Ele começou a fotografar na época em que o Stagium dava seus primeiros passos. Sua primeira conversa para mostrar o trabalho foi com Décio Otero, coreógrafo e diretor da companhia. "Perguntei o que era uma boa foto de dança; ele respondeu: "Quando os fotógrafos não sabem congelar o movimento, eles usam velocidade baixa, aí borra tudo e não se nota nada"."
Para Marika Gidali, diretora da companhia, vida e dança se completam e se confundem: "Feliz da pessoa que acha um caminho e luta por ele com amor. Aprendi minha essência através da dança." A exposição, para ela, recolhe "momentos da nossa história, estampados".
Luisi resume o segredo da boa foto de dança: "O fotógrafo está no meio, entre a platéia e o palco. E lá no palco há uma metamorfose: o fotógrafo tenta captar algo que possa dar a sensação do que vinha antes e do que vem depois. A foto é algo estático, mas que busca dar a impressão de movimento".


STAGIUM 35 ANOS
Quando:
de terça a domingo, das 9h às 21h; até 25/2
Onde: Caixa Cultural, edifício Sé (praça da Sé, 111, tel. 0/xx/11/ 3321-4400)
Quanto: Grátis


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