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Crítica
TC Cult exibe filme rancoroso de Chaplin
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Depois de um período nas
trevas, o Telecine Cult, já há algum tempo, entrou em franca
recuperação e conseguiu acertar a alternância entre filmes
mais antigos e mais recentes.
Hoje, como tem acontecido
nas últimas semanas, dedica
seu horário de 19h45 a Chaplin,
a "Um Rei em Nova York".
Um filme que se pode chamar
de vingativo, ou rancoroso,
conforme o gosto.
Feito em 1956, fala de um rei
que, após perder o trono, vive
no exílio em Nova York e tenta
reequilibrar as finanças, já que
seu ex-primeiro-ministro roubou-lhe uma fortuna.
Lá, o rei encontra um garoto
cujos pais são vítimas das perseguições macarthistas e o acolhe. É o que basta para que uma
América terrivelmente inóspita passe a ranger-lhe os dentes.
O filme tem muito da experiência do próprio Chaplin, outra
vítima da longa lista de barbaridades da Guerra Fria (embora muitos digam que ele deixou
os EUA para não pagar impostos e coisa e tal).
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