São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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CDs

Rock
Pull the Pin
STEREOPHONICS
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 28, em média; Avaliação: regular
Parece que Kelly Jones reencontrou seu caminho como compositor após "Dakota", hit do disco de 2005 da banda galesa. Cantor dos mais interessantes da geração pós-britpop (e também dos mais ávidos por fama), ele equilibra melhor a vontade de ser pop com a aspereza que marcava a banda no primeiro disco, lançado há dez anos. O resultado é um Stereophonics com momentos de brilho, como em "Pass the Buck", e de fúria, como "Bank Holiday Monday". Mas há momentos de vergonha: Jones gostou tanto da melodia de "Dakota" que não viu nenhum problema em se autoplagiar na balada "It Means Nothing", primeiro single do disco. Aí baixa a nota, que não é ajudada por essa capa tosca, que deverá ser eleita a mais feia do ano.
POR QUE OUVIR: quando as guitarras troam em tempo acelerado, o rock direto dos Stereophonics é da melhor qualidade. O que estraga é a vontade de imitar o lado baladeiro de Robbie Williams, o que, definitivamente, não é o forte de Kelly Jones. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Rock
Heitor e Banda Gentileza
HEITOR E BANDA GENTILEZA
Gravadora:
Independente; Quanto: grátis, só para download; Avaliação: regular
Grupo novo (formado em 2005) de garotos novos, o quarteto curitibano Heitor e Banda Gentileza chega a seu segundo disco lançado de forma independente (e ao vivo). É um rock mais climático do que explosivo (tem guitarras etéreas, sax, trompete, casiotone) que, mesmo prejudicado pela gravação e pela produção de baixos custos, permite vislumbrar talento a ser lapidado -há letras acima da insipiente média nacional, melodias interessantes.
POR QUE OUVIR: há bons momentos como "Corazón" (cujo trompete entrega a influência de Cake) e a suingada "Maior com Sétima", mas ainda há muito trabalho a ser feito pelos garotos rumo a um grande álbum. Tanto este disco quanto o anterior (onde está a divertida "Teu Capricho, Meu Despacho" e a interessante "Sempre Quase") estão disponíveis gratuitamente para download no site da banda, www.heitorebandagentileza.com.br. (MAC)

DVDs

Infantil
Toquinho no Mundo da Criança
TOQUINHO
Gravadora:
Biscoito Fino; Quanto: R$ 42,90, em média; Avaliação: ótimo
Este relançamento em DVD reúne clipes em animação com canções de Toquinho -embora nem todas sejam dele. Andrés Lieban e seu Laboratório de Desenhos fazem versões bem-humoradas para "Aquarela", "A Casa" e "O Pato", premiadas no Festival Infantil de Chicago e no Anima Mundi. Nos extras, há making of da gravação, um videokê de "Mundo da Criança" e o desenho "Por que o Canguru Salta em Duas Patas", da série "Mitos do Mondo", também do escritório de animação.
POR QUE OUVIR: a parceria entre o traço de Lieban e os sucessos infantis de Toquinho não envelhece, embora seja do começo dos anos 2000, e traduz muito bem o imaginário das músicas, como se pode notar no "Pato" estabanado, na alegria de "Bicicleta" e na mímica de "A Casa", que ficam entre as melhores das sete canções reunidas no disco. (LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)

Pop
Hurrah! A Year of Ta-Dah
SCISSOR SISTERS
Gravadora:
Universal; Quanto: R$ 40, em média; Avaliação: bom
Nesse registro de show realizado no ano passado na O2 Arena, em Londres, durante a turnê do álbum "Ta-Dah" (2006), fica evidente o apelo cênico do grupo, que não esconde o poder de sua música. Eles adoram purpurina, são sempre engraçados e simpáticos, ou seja, vemos um delicioso circo inspirado em Elton John e nomes do imaginário gay que conquistaram o público. O pacote traz ainda um documentário com cenas de bastidores (e haja piadinhas internas entre eles, para a alegria dos fãs), videoclipes da banda (não perca o hilariante "She's My Man": eles provam que são ótimos em fazer caretas cômicas) e um CD com o áudio de músicas do mesmo show.
POR QUE VER/OUVIR: o DVD é cara-de-pau ao extremo: "Ta-Dah" é ótimo, mas celebrar um ano de seu lançamento não faz sentido. Essa é a graça: o Scissor Sisters não esconde o caráter de ser um produto, o que não impede belos vôos artísticos. (BRUNO YUTAKA SAITO)


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