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Rock pilhado
Bandas suecas "saqueiam" mercado europeu com disco de ouro e turnês
de shows esgotados
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Os saques infligidos ao Reino
Unido entre os séculos 8 e 10 se repetem. Desta vez, os vikings estão
"pilhando" os jovens consumidores britânicos via música pop.
Liderada pelas suecas The Hives
e The Soundtrack of Our Lives, essa horda armada com guitarras
foi, ao lado das ianques Strokes,
White Stripes e Black Rebel Motorcycle Club, responsável por fazer o bom rock voltar a ter sua devida importância.
Na cola de Hives e TSOOL, outros grupos do país estão sendo
notados, formando (ou não) uma
cena: Division of Laura Lee, as garotas do Sahara Hotnights, Andreas Johnson e Silverbullit, considerado o Joy Division da Suécia.
Os vikings agora preparam
abordagem às terras brasileiras.
Com atraso, a Trama lança no
mês que vem "Veni Vidi Vicious",
segundo disco do Hives (leia texto
ao lado).
Atitude semelhante não foi tomada pela Warner, casa do
Soundtrack. Aclamado pela crítica por "Behind the Music", seu
terceiro álbum, o grupo viajou
por toda a Europa para shows
com ingressos esgotados. No momento, faz a primeira turnê pelos
Estados Unidos.
Para falar sobre a "cena" escandinava e as "irritantes" comparações com Oasis, a Folha ouviu Ebbot Lundberg, fundador e vocalista do TSOOL.
Folha - Em uma entrevista, você
disse que "Definitely Maybe", do
Oasis, é o melhor disco dos anos 90.
É uma inspiração para a banda?
Lundberg - Quando disse isso?
Folha - No começo do ano, para
um jornal inglês.
Lundberg - Não, aquilo foi um
mal-entendido. O jornalista escreveu errado. Eu estava falando
do nosso primeiro álbum. É que
eles nos compararam com Oasis,
e aí eu disse que isso era bom para
eles, pois nós tínhamos feito o
melhor álbum dos 90.
Folha - Essa comparação o irrita?
Lundberg - Não acho que somos
parecidos com eles, talvez algumas músicas. Nunca gostei muito
de Oasis. Acho que são OK, melhores do que muitas bandas por
aí.
Folha - Do que você gosta?
Lundberg - John Coltrane, coisas
dos anos 20. Claro que gosto também do velho punk americano,
Residents, Captain Beefheart...
Folha - Existe mesmo uma forte
cena rock escandinava?
Lundberg - Não sei se podemos
chamar de cena. Há um monte de
bandas interessantes, como Silverbullit, Euroboys, Hives, Flaming Sideburns [da Finlândia".
Folha - Por que o sucesso dessa
cena veio apenas no ano passado?
Lundberg - Porque os ingleses
nos rotularam como uma cena no
ano passado. Talvez porque o técnico da seleção de futebol deles
seja sueco... [risos"
Folha - Você acha que há similaridades entre TSOOL e Hives?
Lundberg - A energia no palco é
parecida, a psicodelia "garage"
também. Mas somos um pouquinho mais velhos do que eles.
Folha - Por que as bandas que estão hypadas hoje como TSOOL, Hives, Strokes carregam tanta influência do velho rock?
Lundberg - É o que as pessoas
que amam escutar música estão
procurando hoje em dia.
Folha - Diferentemente dessas
outras bandas, vocês não têm tanta preocupação com o visual, com
suas roupas. Por quê?
Lundberg - A banda é o que você
vê: seis diferentes cachorros num
palco [risos". Não nos preocupamos com visual, estilo.
Folha - Já que você diz que seu
primeiro álbum é o melhor dos 90,
como classificaria o último?
Lundberg - É o melhor deste novo século [risos]!
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