São Paulo, domingo, 15 de março de 2009

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Brasil é tema da Coleção Folha

Oitavo livro da série, que sai no próximo domingo, traz imagens célebres do país

Os brasileiros Sebastião Salgado, Pedro Martinelli e Araquém Alcântara são alguns dos fotógrafos destacados pelo volume


DA REPORTAGEM LOCAL

Um imenso formigueiro humano -50 mil homens- e apenas um sonho: encontrar ouro. Impressa na capa de "Brasil", o oitavo volume da Coleção Folha Grande Fotógrafos, que chega às bancas no próximo domingo, dia 22, a imagem de Sebastião Salgado realizada no garimpo de Serra Pelada, em 1986, foi uma das tantas "pepitas de ouro" encontradas pelo fotógrafo que o fizeram ser reconhecido como um dos mais importantes fotodocumentaristas da história.
Além de Salgado, as 21 imagens que compõem o volume são de autoria dos brasileiros Miguel Rio Branco, Araquém Alcântara e Pedro Martinelli, que se juntam às fotografias na linha apaixonado-pelos-trópicos do parisiense Elliott Erwitt, realizadas entre Rio e Brasília.
O texto de abertura desse oitavo volume da coleção faz uma concisa, porém competente retrospectiva da chegada da fotografia ao Brasil apenas cinco meses após sua invenção por Daguerre, em 1839.
Ao demonstrar um aparelho de daguerreotipia, no Rio de Janeiro, o religioso Louis Compte encantaria o garoto d. Pedro 2º, de apenas 14 anos de idade, que imediatamente encomendaria sua própria câmera. A partir de então, passaria a colecionar fotografias. Considerada uma das mais importantes do mundo, a coleção hoje está abrigada na Biblioteca Nacional, no Rio.
Oportunamente o texto lembra também que a fotografia deve seu invento não apenas a um, mas a mais outros quatro inventores. Uma das pesquisas que obrigaram a revisão de livros e enciclopédias que tratavam da história da fotografia foi a do historiador brasileiro Boris Kossoy, que em 1976 conseguiu comprovar que o francês Hercules Florence, então radicado onde hoje é a cidade de Campinas, inventou isoladamente, em 1833, a fotografia, inclusive chegando a usar pela primeira vez na história o termo "photographie".
O Amazonas é o foco principal das imagens de "Brasil", tanto nas fotos de Pedro Martinelli como nas de Araquém Alcântara, que possuem um vasto trabalho realizado na região, ainda que com enfoques bastante diferentes entre si. Enquanto Martinelli se detém na relação dos homens com o rio, Alcântara desbrava as matas para encontrar figuras um tanto quanto míticas, como o caboclo Dipirona carregando piaçaba, corpo e ofício em perfeita comunhão.
As únicas fotos coloridas são de Miguel Rio Branco, conhecido justamente pela forma original com que consegue extrair o jogo cromático de suas composições, graças à sua formação de pintor. Sua imagem da aldeia Caiapó, feita em 1983, quando ainda transitava pelo fotodocumentário, já aponta para a transformação que sua carreira teria anos mais tarde, quando passou a ser reconhecido como um dos mais ativos artistas plásticos brasileiros no circuito internacional.


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