|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Brasil é tema da Coleção Folha
Oitavo livro da série, que sai no próximo domingo, traz imagens célebres do país
Os brasileiros Sebastião Salgado, Pedro Martinelli e Araquém Alcântara são alguns dos fotógrafos destacados pelo volume
DA REPORTAGEM LOCAL
Um imenso formigueiro humano -50 mil homens- e apenas um sonho: encontrar ouro.
Impressa na capa de "Brasil", o
oitavo volume da Coleção Folha Grande Fotógrafos, que
chega às bancas no próximo domingo, dia 22, a imagem de Sebastião Salgado realizada no
garimpo de Serra Pelada, em
1986, foi uma das tantas "pepitas de ouro" encontradas pelo
fotógrafo que o fizeram ser reconhecido como um dos mais
importantes fotodocumentaristas da história.
Além de Salgado, as 21 imagens que compõem o volume
são de autoria dos brasileiros
Miguel Rio Branco, Araquém
Alcântara e Pedro Martinelli,
que se juntam às fotografias na
linha apaixonado-pelos-trópicos do parisiense Elliott Erwitt,
realizadas entre Rio e Brasília.
O texto de abertura desse oitavo volume da coleção faz uma
concisa, porém competente retrospectiva da chegada da fotografia ao Brasil apenas cinco
meses após sua invenção por
Daguerre, em 1839.
Ao demonstrar um aparelho
de daguerreotipia, no Rio de
Janeiro, o religioso Louis
Compte encantaria o garoto d.
Pedro 2º, de apenas 14 anos de
idade, que imediatamente encomendaria sua própria câmera. A partir de então, passaria a
colecionar fotografias. Considerada uma das mais importantes do mundo, a coleção hoje está abrigada na Biblioteca
Nacional, no Rio.
Oportunamente o texto lembra também que a fotografia
deve seu invento não apenas a
um, mas a mais outros quatro
inventores. Uma das pesquisas
que obrigaram a revisão de livros e enciclopédias que tratavam da história da fotografia foi
a do historiador brasileiro Boris Kossoy, que em 1976 conseguiu comprovar que o francês
Hercules Florence, então radicado onde hoje é a cidade de
Campinas, inventou isoladamente, em 1833, a fotografia,
inclusive chegando a usar pela
primeira vez na história o termo "photographie".
O Amazonas é o foco principal das imagens de "Brasil",
tanto nas fotos de Pedro Martinelli como nas de Araquém Alcântara, que possuem um vasto
trabalho realizado na região,
ainda que com enfoques bastante diferentes entre si. Enquanto Martinelli se detém na
relação dos homens com o rio,
Alcântara desbrava as matas
para encontrar figuras um tanto quanto míticas, como o caboclo Dipirona carregando piaçaba, corpo e ofício em perfeita
comunhão.
As únicas fotos coloridas são
de Miguel Rio Branco, conhecido justamente pela forma original com que consegue extrair o
jogo cromático de suas composições, graças à sua formação de
pintor. Sua imagem da aldeia
Caiapó, feita em 1983, quando
ainda transitava pelo fotodocumentário, já aponta para a
transformação que sua carreira
teria anos mais tarde, quando
passou a ser reconhecido como
um dos mais ativos artistas
plásticos brasileiros no circuito
internacional.
Texto Anterior: Ferreira Gullar: Gol com a mão não vale Próximo Texto: Teatro: Folha promove leitura de peça de Stoppard Índice
|