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Crítica
Resnais tenta desvendar mistério humano
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que é o comportamento
humano? Eis uma pergunta
que dominou o século 20.
De Freud a Pavlov e Skinner,
não faltou quem se esforçasse
para desvendar esse mistério
no século 20 -inclusive Henri
Laborit, de certa forma o personagem-ator central de "Meu
Tio da América" (Futura,
0h30; 12 anos).
Mas esse não foi (ou é) só um
domínio de cientistas. Ele interessa também a autores de cinema, como Alain Resnais neste longa de 1980, e romancistas, como Jean Gruault, aqui
roteirista.
De maneira que não temos
uma história do comportamento no século passado, mas sim a
de um homem que abandona a
mulher para ficar com uma
atriz e suas decorrências.
Aqui, o mistério do comportamento se desdobra. Em um
nível, ele nos coloca diante de
coisas como a memória e o cinema, fontes de lembrança e de
equívoco.
Em paralelo existem Laborit,
suas teorias e seus ratos. Com
ele o filme nos introduz à ciência, ou seja, a uma outra narrativa, uma outra ficção.
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