São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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CD lançado no exterior reúne obra autoral do cantor

DA SUCURSAL DO RIO

A cantora Ithamara Koorax e o guitarrista Juarez Moreira lançaram nos EUA, no fim de 2009, o CD "Bim Bom: The Complete João Gilberto Songbook". Nele, os artistas interpretam 11 temas de João Gilberto, dos quais seis são instrumentais.
O disco é o primeiro a reunir quase toda a obra autoral conhecida de João Gilberto.
A ideia surgiu da niteroiense Ithamara, 44, e do produtor Arnaldo de Souteiro, 46, que convidaram Moreira, 56, mineiro que tem no currículo trabalhos com Milton Nascimento, Wagner Tiso e Maria Bethânia, entre outros.
"Ninguém tinha pensando nisso antes. João Gilberto é um grande ídolo de todos nós", disse Moreira, em entrevista à Folha por telefone, de Belo Horizonte. Em turnê pela Europa, Ithamara não daria entrevista, segundo sua assessoria de imprensa.
O disco, lançado pela gravadora Motéma Music, não tem data para sair no Brasil. Moreira conta que, recém-recuperado de uma cirurgia de catarata, busca viabilizar o lançamento do CD por aqui.
Por enquanto, os interessados devem recorrer ao site www.amazon.com, onde o CD pode ser comprado por US$ 14,68 (cerca de R$ 26).
O trabalho foi gravado no Rio em 2008, em duas sessões de voz e violão. Moreira conta que se inspirou no estilo de Luiz Bonfá (1922-2001), violonista brasileiro pelo qual João já manifestou admiração.
"Eu nunca falei com João Gilberto. Arnaldo, que já trabalhou com ele, me disse que ele gostou muito do CD. Em quatro ou cinco músicas eu procurei ser totalmente fiel ao João Gilberto, nota por nota", diz Moreira.
"Tirei com rigor total. Em algumas eu coloquei depois guitarra elétrica, tipo Toninho Horta e [o guitarrista norte-americano] Wes Montgomery [1925-1968], caras que eu admiro."
Apesar de fiel, o guitarrista diz que se permitiu algumas ousadias, como dar um toque de bolero a "Oba-lá-lá", inspirado na interpretação de Sylvia Telles (1934-1966) orquestrada pelo maestro Lindolpho Gaya (1921-1987).
"Mas busquei ser fidedigno, quando não às notas, ao conceito musical vigente no final dos anos 50 e início dos 60. Procurei muito respeitar esse contexto", afirmou o músico. (ST)


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