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Jabá passa por "profissionalização"
DA REPORTAGEM LOCAL
No rádio, o jabá tem feito o mesmo caminho que seguiu na televisão: a negociação sai aos poucos da clandestinidade para se tornar
"operação empresarial".
Antes, para emplacar uma determinada marca de refrigerante
numa cena de novela, por exemplo, empresas costumavam fazer
acordos informais com um contra-regra ou um produtor.
Em vez de coibir a prática, as
TVs passaram a capitalizá-la,
criando departamentos de merchandising que oficializaram e organizaram essas negociações.
No caso das AMs e FMs, era comum que gravadoras ou até empresários de artistas pagassem para que os programadores ou locutores executassem suas músicas.
Atualmente, esse esquema fica
mais restrito a pequenas emissoras, normalmente em cidades do
interior. Em rádios maiores, a
execução paga de músicas é acertada em contratos elaborados pelo departamento comercial.
Crise
O avanço acelerado da pirataria
de CDs tem agravado a crise das
gravadoras -inclusive com o encerramento de atividades da Abril
Music, gravadora que tinha política agressiva de inserção comercial. Tal crise vem se refletindo
nas rádios, com a redução da chamada verba para divulgação.
Um diretor de uma grande rede
de rádio FM de São Paulo, que pediu para não ser identificado, afirmou à Folha que o faturamento com jabá das gravadoras, antes
responsável por cerca de 20% da receita da estação, deverá cair neste ano para 5%.
Nesse contexto, ganha força no mercado uma nova classe de profissionais: o "intermediário" de jabá. São produtores musicais que
substituem as gravadoras, comprando diretamente espaço nas
rádios. Fábio Martins, 28, dono da Rock Shows Produções, na Lapa
(São Paulo), faz parte dessa categoria. Ele tem até site na internet
com tabela de preço de jabá. Seu "plano básico de divulgação" custa R$ 12 mil e envolve 24 emissoras do interior. (PAS e LM)
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