São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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Mylo reconstrói disco em clima roqueiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Nome que destruiu o rock and roll e fincou alicerces na música eletrônica no ano passado, o escocês Mylo apresenta amanhã, no palco principal do Skol Beats, seu disco "Destroy Rock and Roll" em versão... rock.
Lançado na Europa em maio de 2004, o álbum foi produzido por Myles MacInnes com a ajuda de softwares e de uma guitarra. Em São Paulo, traz uma banda: ele e dois músicos.
"Para o show, temos vários instrumentos. É estranho porque, na produção do disco, toquei alguma guitarra e fiz tudo no computador", disse à Folha anteontem, num hotel em São Paulo. "Para o show, chamei dois amigos e reprogramamos totalmente as músicas, com guitarras ao vivo, teclados... No mês que vem, meu irmão, que é baterista, se juntará à banda. Seremos um quarteto."
Autor do megahit "Drop the Pressure", Mylo diz que já tem preparadas 150 músicas para um novo álbum -isso desde que começou a produzir, em 2001.
"No segundo disco, provavelmente vou usar algumas delas. É estranho porque este álbum vem fazendo sucesso em lugares inesperados. No Reino Unido já vendeu 150 mil cópias, estamos negociando o lançamento nos Estados Unidos. Ainda está meio lento. A gravadora quer que eu fique promovendo o disco por alguns meses ainda, então estou sem tempo para pensar no próximo álbum."
E ele sabe que, neste segundo CD, que deve vir no ano que vem, a recepção calorosa que recebeu não deve se repetir. "Sei que foram muito legais comigo porque este é meu primeiro disco, lançado de forma independente. No segundo álbum, provavelmente serão mais duros, mais críticos. Mas só lançarei esse disco quando ele estiver pronto, bom o suficiente para chegar às lojas."
Mylo às vezes atua como DJ, discotecando em clubes europeus. É, também, um concorrido remixer, tendo mexido em canções de Kylie Minogue, Annie, Moby e The Killers. É um espectro variado, assim como a própria música do escocês.
"Apenas queria fazer um disco que fosse ouvido, não pensei se iria atingir determinado público de dance ou de rock. Nunca entendi essas subdivisões da dance music, como deep house, tech-house... Não entendo essas categorizações. É um disco acessível, divertido, que não se leva a sério."
Nega comparação com Moby, que, com um disco feito em casa ["Play"; 1999], vendeu mais de 10 milhões de cópias. "Quero fazer sucesso, ser ouvido pelo máximo de pessoas possível. Moby ganhou muito dinheiro, claro, mas o sucesso daquele disco ["Play'] foi como um final de carreira, pois nunca conseguirá se equiparar."
Sobre o show, diz que, após um período "caótico", vem conseguindo passar para o palco o que construiu no estúdio. "No começo era difícil, fizemos vários shows ruins, os computadores caíam quando alguém pulava... Mas arrumamos equipamentos certos, temos um engenheiro de som competente. É mais rock do que no disco", conta. (TN)


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