São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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Abril pro Rock vê hoje o primeiro show da banda Placebo no Brasil

DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO

Se existe renovação na música pop independente do Brasil, um dos principais eventos que fazem a exposição desse processo chega hoje à sua 13ª edição. O Abril pro Rock completa 12 anos mantendo sua característica de vitrine nacional para novas bandas e palco regional para grandes shows.
Neste ano, ele cresce com a parceria com o Claro que É Rock, que atraiu o patrocínio da empresa de telefonia e ajudou a capitalizar o evento, que pôde então trazer nomes de peso como o grupo inglês Placebo, que faz hoje a primeira apresentação de uma série no país. "Aqui no Nordeste, normalmente só as micaretas da vida conseguem patrocínio privado. Nós pagamos caro por essa independência", diz Paulo André Pires, idealizador do festival.
Em troca do patrocínio, entretanto, o festival cedeu parcialmente a organização da noite de hoje para que se apresentassem as cinco bandas que concorrem no festival da operadora de telefonia celular e escalou apenas o Los Hermanos para tocar com elas e com o Placebo. "Participei da seleção das bandas concorrentes, que se encaixaram muito bem no perfil do APR. Não nos vendemos, é uma co-produção", explica Pires.
O Abril pro Rock reúne 25 bandas até a noite do domingo, investindo em vários desconhecidos do público nacional, segundo Pires.
"As melhores bandas que surgem no país hoje são independentes, mas ainda têm dificuldades de chegar ao grande público", diz. Segundo ele, bandas como as pernambucanas Superoutro e Volver (que tocam no domingo) e as cariocas Leela (domingo) e Matanza (que toca no sábado) têm potencial para, a partir do festival, se destacarem nacionalmente, a exemplo do que já aconteceu com nomes como Chico Science, Pitty e Los Hermanos, que tocaram no festival antes de se tornarem famosas.
Bandas já conhecidas, segundo Pires, assumem a atração de público para os shows, fortalecendo as atrações menores. "Para um show como o do Placebo, sabemos de caravanas de Natal, Maceió, Fortaleza e até de Teresina, que vêm ao Recife assistir e ainda acompanham todo o APR", diz.
Entre as principais atrações que se apresentam nos outros dias do festival estão Sepultura (MG), e Dead Fish (ES), no sábado, e a Orquestra Manguefônica (PE), Mombojó e Arto Lindsay (PE) e Gram (SP), no domingo.

Proibido para menores
Às vésperas do festival, uma decisão da Justiça proibiu a entrada de menores de 18 anos desacompanhados nos shows. "Nosso público continua tendo entre 15 e 25 anos. Ainda que os mais novos nem tenham visto Chico Science enquanto vivo, eles reforçam a bilheteria, que é pelo menos um terço da arrecadação", afirma Pires, lamentando a decisão.


Festival Abril pro Rock
Quando:
hoje, às 21h; sáb. e dom., às 17h.
Onde: Centro de Convenções de Pernambuco (complexo de Salgadinho, s/nº, Olinda, PE).
Quanto: R$ 40 por dia (R$ 20, estudantes) ou R$ 65 para todos os dias.


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