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Abril pro Rock vê hoje o primeiro show da banda Placebo no Brasil
DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO
Se existe renovação na música
pop independente do Brasil, um
dos principais eventos que fazem
a exposição desse processo chega
hoje à sua 13ª edição. O Abril pro
Rock completa 12 anos mantendo
sua característica de vitrine nacional para novas bandas e palco regional para grandes shows.
Neste ano, ele cresce com a parceria com o Claro que É Rock, que
atraiu o patrocínio da empresa de
telefonia e ajudou a capitalizar o
evento, que pôde então trazer nomes de peso como o grupo inglês
Placebo, que faz hoje a primeira
apresentação de uma série no
país. "Aqui no Nordeste, normalmente só as micaretas da vida
conseguem patrocínio privado.
Nós pagamos caro por essa independência", diz Paulo André Pires, idealizador do festival.
Em troca do patrocínio, entretanto, o festival cedeu parcialmente a organização da noite de
hoje para que se apresentassem as
cinco bandas que concorrem no
festival da operadora de telefonia
celular e escalou apenas o Los
Hermanos para tocar com elas e
com o Placebo. "Participei da seleção das bandas concorrentes,
que se encaixaram muito bem no
perfil do APR. Não nos vendemos, é uma co-produção", explica Pires.
O Abril pro Rock reúne 25 bandas até a noite do domingo, investindo em vários desconhecidos do
público nacional, segundo Pires.
"As melhores bandas que surgem no país hoje são independentes, mas ainda têm dificuldades de
chegar ao grande público", diz.
Segundo ele, bandas como as pernambucanas Superoutro e Volver
(que tocam no domingo) e as cariocas Leela (domingo) e Matanza
(que toca no sábado) têm potencial para, a partir do festival, se destacarem nacionalmente, a exemplo do que já
aconteceu com nomes como Chico Science, Pitty e Los Hermanos,
que tocaram no festival antes de
se tornarem famosas.
Bandas já conhecidas, segundo
Pires, assumem a atração de público para os shows, fortalecendo
as atrações menores. "Para um
show como o do Placebo, sabemos de caravanas de Natal, Maceió, Fortaleza e até de Teresina,
que vêm ao Recife assistir e ainda
acompanham todo o APR", diz.
Entre as principais atrações que
se apresentam nos outros dias do
festival estão Sepultura (MG), e
Dead Fish (ES), no sábado, e a Orquestra Manguefônica (PE),
Mombojó e Arto Lindsay (PE) e
Gram (SP), no domingo.
Proibido para menores
Às vésperas do festival, uma decisão da Justiça proibiu a entrada
de menores de 18 anos desacompanhados nos shows. "Nosso público continua tendo entre 15 e 25
anos. Ainda que os mais novos
nem tenham visto Chico Science
enquanto vivo, eles reforçam a bilheteria, que é pelo menos um terço da arrecadação", afirma Pires,
lamentando a decisão.
Festival Abril pro Rock
Quando: hoje, às 21h; sáb. e dom., às
17h.
Onde: Centro de Convenções de
Pernambuco (complexo de Salgadinho,
s/nº, Olinda, PE).
Quanto: R$ 40 por dia (R$ 20,
estudantes) ou R$ 65 para todos os dias.
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