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foco
Artista carioca inaugura instalação interativa e gigante em Nova York
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Uma mistura de arquitetura espacial, escultura sensorial e animal vertebrado gigante invadiu o espaço de exposições da organização de artes Park Avenue Armory, em
Nova York, nesta semana.
Com 58,5 m de comprimento, 37 m de largura e 21 m de
altura, é "Anthropodino", megainstalação do artista carioca
Ernesto Neto aberta ontem e
em cartaz até 14 de junho.
Ao trabalhar com proporções inéditas em sua trajetória, Neto expressou seu "grande interesse no corpo e na continuidade entre ele e a paisagem", segundo afirmou a
jornalistas na última quarta.
Por alguns ângulos, "Anthropodino" reflete um ser humano, com uma base esquelética que lembra uma coluna
vertebral. Por outro, destacou
Neto, pode parecer cavernas,
montanhas, um jardim japonês, uma expressão de conforto no ambiente.
Ele convida o público a vivenciar a obra de várias formas: caminhando por dentro
de seus labirintos, nadando
em uma piscina de bolinhas,
relaxando no grande pufe colorido, sentindo o cheiro das
especiarias que pendem do teto em 30 sacos de poliamida.
"Tudo aqui é movido a interação", afirma ele. "Estou interessado nos acidentes que
geram as coisas."
Descontado o tamanho colossal, "Anthropodino" é familiar ao Brasil, onde Neto já
expôs obras semelhantes. Por
sua própria definição, a obra é
um casamento entre os trabalhos que exibiu na Bienal de
Veneza, em 2001, e a exposição "É a Vida - O Espaço Interior", exibida no Rio em 2007.
Um dos nomes mais em evidência da arte contemporânea brasileira, Neto recebeu
boa atenção da crítica. "Anthropodino" ganhou longa reportagem do "New York Times" no dia anterior à abertura, com descrições como "curvilíneo", "diáfano", "voluptuoso", "uterino".
A vivacidade do artista foi
comparada no jornal à de uma
"odalisca brasileira de cabelo
selvagem". Ele não estava longe disso ao falar à imprensa
sobre a obra, subindo e descendo do pequeno pódio com
microfone, tirando o casaco e
jogando-o ao chão para exemplificar os "acidentes" construtivos da obra. "Não gosto
de levar as coisas muito a sério. As camadas de proteção
que usamos neste mundo me
assustam."
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