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Sakamoto abre Sónar, que celebra sons negros e japoneses
Com 604 artistas de 22 países, 13ª edição do festival de música eletrônica em Barcelona terá do grupo de disco music Chic ao DJ japonês Satoshi Tomiie
MARCELO STAROBINAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE BARCELONA
A mistura de tendências da
13ª edição do Sónar, que começa hoje e vai até domingo em
Barcelona, não deixa dúvidas: a
música eletrônica é um fenômeno global e sua riqueza está
na infinita possibilidade de
misturas de sons e ritmos.
O leque de DJs, VJs e artistas
multimídia no maior festival do
gênero na Europa é tão amplo
que a organização escolheu
universos antagônicos como os
pilares deste ano. De um lado,
os ritmos negros, de outro, os
sons do país que sintetiza a tecnologia, o Japão.
Segundo Enric Palau, um dos
fundadores do evento, que reunirá 604 artistas de 22 países, o
Sónar cresceu tanto que cada
ramificação sua poderia resultar num festival à parte.
A homenagem à cultura negra será marcada por artistas
cujos ritmos, como reggae, jazz,
hip hop, funk, dub e disco music, são fontes para o eletrônico.
A veia negra do Sónar explodirá
com nomes clássicos como o
grupo de disco music Chic. Entre os nomes mais atuais, estão
Digable Planets, Linton Kwesi,
Fat Freddy's Drop e Jeff Mills.
Os japoneses, que ganham
espaço a cada ano, chegam chutando as portas de leve com mixagens minimalistas e sons
pouco barulhentos. O festival
será inaugurado com um "concerto" do artista Ryuchi Sakamoto, ao lado de Alva Noto, um
exercício de meditação high-tech com notas de piano remixadas e projeção audiovisual.
O mestre nipônico do beatbox Afra, acompanhado de sua
Incredible Beatbox Band, promete tirar sons inconcebíveis
do microfone. Em outro palco,
haverá os ritmos do DJ e produtor musical mais conhecido
do Japão, Satoshi Tomiie.
Alguns suspeitos de sempre
da cena eletrônica encabeçam a
lista de atrações das duas noites
do Sónar by Night. É o caso do
DJ canadense Richie Hawtin
versus o chileno Ricardo Villalobos, que apresentaram seu
set de minimal tecno no Rio no
ano passado. Ou dos DJ Sasha,
Laurent Garnier, Angel Molina
e da musa Miss Kittin.
O público deve disputar cada
centímetro quadrado da pista
durante os shows do DJ Shadow (que tocará no Tim Festival no Brasil) e da dupla de pop
eletrônico Goldfrapp.
Barcelona é um cenário perfeito para o festival, com os
eventos do Sónar by Day reunidos no efervescente bairro do
El Raval, um conglomerado de
ruelas e praças de população
árabe e sul-americana, cheio de
tipos estranhos e prostitutas
nas esquinas.
Grande parte dos shows
diurnos e das exposições de arte multimídia e curtas serão
nos arredores do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (Macba). As festas do Sónar
by Night acontecem na periferia da cidade, às margens da auto-estrada M2.
No ano passado, quase 90 mil
pessoas foram ao Sónar, e os organizadores esperam ainda
mais gente na versão 2006.
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