São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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Sakamoto abre Sónar, que celebra sons negros e japoneses

Com 604 artistas de 22 países, 13ª edição do festival de música eletrônica em Barcelona terá do grupo de disco music Chic ao DJ japonês Satoshi Tomiie

MARCELO STAROBINAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
DE BARCELONA


A mistura de tendências da 13ª edição do Sónar, que começa hoje e vai até domingo em Barcelona, não deixa dúvidas: a música eletrônica é um fenômeno global e sua riqueza está na infinita possibilidade de misturas de sons e ritmos.
O leque de DJs, VJs e artistas multimídia no maior festival do gênero na Europa é tão amplo que a organização escolheu universos antagônicos como os pilares deste ano. De um lado, os ritmos negros, de outro, os sons do país que sintetiza a tecnologia, o Japão.
Segundo Enric Palau, um dos fundadores do evento, que reunirá 604 artistas de 22 países, o Sónar cresceu tanto que cada ramificação sua poderia resultar num festival à parte.
A homenagem à cultura negra será marcada por artistas cujos ritmos, como reggae, jazz, hip hop, funk, dub e disco music, são fontes para o eletrônico. A veia negra do Sónar explodirá com nomes clássicos como o grupo de disco music Chic. Entre os nomes mais atuais, estão Digable Planets, Linton Kwesi, Fat Freddy's Drop e Jeff Mills.
Os japoneses, que ganham espaço a cada ano, chegam chutando as portas de leve com mixagens minimalistas e sons pouco barulhentos. O festival será inaugurado com um "concerto" do artista Ryuchi Sakamoto, ao lado de Alva Noto, um exercício de meditação high-tech com notas de piano remixadas e projeção audiovisual.
O mestre nipônico do beatbox Afra, acompanhado de sua Incredible Beatbox Band, promete tirar sons inconcebíveis do microfone. Em outro palco, haverá os ritmos do DJ e produtor musical mais conhecido do Japão, Satoshi Tomiie.
Alguns suspeitos de sempre da cena eletrônica encabeçam a lista de atrações das duas noites do Sónar by Night. É o caso do DJ canadense Richie Hawtin versus o chileno Ricardo Villalobos, que apresentaram seu set de minimal tecno no Rio no ano passado. Ou dos DJ Sasha, Laurent Garnier, Angel Molina e da musa Miss Kittin.
O público deve disputar cada centímetro quadrado da pista durante os shows do DJ Shadow (que tocará no Tim Festival no Brasil) e da dupla de pop eletrônico Goldfrapp.
Barcelona é um cenário perfeito para o festival, com os eventos do Sónar by Day reunidos no efervescente bairro do El Raval, um conglomerado de ruelas e praças de população árabe e sul-americana, cheio de tipos estranhos e prostitutas nas esquinas.
Grande parte dos shows diurnos e das exposições de arte multimídia e curtas serão nos arredores do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (Macba). As festas do Sónar by Night acontecem na periferia da cidade, às margens da auto-estrada M2.
No ano passado, quase 90 mil pessoas foram ao Sónar, e os organizadores esperam ainda mais gente na versão 2006.


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