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Crítica/"Vem Dançar"
Filme jovem com Banderas tropeça em dramaturgia rala
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Vem Dançar", novo
filme estrelado por
Antonio Banderas,
serve de bom termômetro para
avaliar como Hollywood vê a
cultura jovem.
Na direção, Liz Friedlander,
uma diretora experiente em videoclipes. Como protagonista,
Banderas, que guarda certo carisma no meio cinematográfico, apesar de ter participado recentemente de bobagens.
Depois, junta-se uma série de
atores emergentes de TV e papéis pequenos no cinema, como Rob Brown (de "Encontrando Forrester", título menor do ótimo Gus van Sant).
Tal mescla começa promissora. A cineasta parece próxima do universo retratado, o de
um problemático grupo de estudantes secundários, visto como párias de uma escola pública de um bairro barra-pesada
de Nova York.
O professor de danças de salão Pierre Dulaine (Banderas),
por acaso, conhece um deles
(Brown) e, sem muitas explicações, quer ajudá-lo. Vai à direção da escola e se oferece como
mestre de tais danças.
Transcorre, assim, a melhor
parte do filme, quando há um
estranhamento mútuo no encontro do universo algo cordial
das valsas e foxtrotes e do árido
cotidiano de jovens mais interessados na linguagem direta
do hip hop. Surge um diálogo
antes improvável -os jovens só
começam a se interessar pelas
aulas quando subvertem tais
danças com o ritmo do rap.
No entanto, como Hollywood insiste em "arredondar"
histórias, a parte final cai em
uma dramaturgia rala -o conflito entre ricos e pobres, romances que explodem e por aí
vai. É como se a indústria do cinema evitasse, em títulos que
podem render boa bilheteria,
questionamentos mais amargos sobre identidade e outros
temas caros aos jovens.
VEM DANÇAR
Direção: Liz Friedlander
Com: Antonio Banderas, Rob
Brown, Yaya DaCosta
Quando: a partir de hoje nos cines
Villa-Lobos, Bristol e circuito
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