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Crítica
Capovilla deixa para trás lente do engajamento
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O paulista Maurice Capovilla
(de "O Profeta da Fome") já foi
um diretor de cinema mais sério. Depois sumiu por vários
anos. Voltou à ativa em 2003
com "Harmada" (Canal Brasil, 20h), mais relaxado, como
se os antigos compromissos assumidos com a realidade social
já não mais o atormentassem.
Não que estejamos diante de
um filme irresponsável, não é
isso. Estamos diante de um filme e de um personagem meio
perdidos diante do mundo,
mas, por isso mesmo, abertos
ao que der e vier, vivendo nesta
estranha cidade que tem por
nome Harmada.
"Harmada" é um filme de
Capovilla para Paulo César Pereio -que impõe sua personalidade sem sufocar o conjunto
do filme. A luz de Mário Carneiro é de uma beleza impressionante, mas também não desequilibra o conjunto.
No mesmo canal, às 22h40,
um clássico que, tendo fracassado a seu tempo, agora tem tudo para ser recuperado: "O
Pornógrafo", dirigido por João
Callegaro em 1970. A esse, sim,
será preciso voltar.
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