São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006 |
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Autor elabora desesperança em que cresceu DA REPORTAGEM LOCAL
Fernando Vallejo diz
que ama a Colômbia, e é
justamente por isso que
quer que ela acabe, para
que "não sofra mais".
O escritor adota a violência e a desesperança
que encheram seus dias na
infância passada em Medellín como arma literária.
Parece ter percebido que
só com os mesmos elementos do quadro que via
nas ruas poderia refletir
sobre a brutalidade do país
em que nasceu e que decidiu abandonar.
"A Virgem dos Sicários"
é um romance curto, que
se passa também num pequeno espaço de tempo.
Fernando, alter ego do escritor, retorna a Medellín
e se apaixona por um jovem assassino. Ambos
passeiam, matam e vêem
matar pelo que restou da
cidade. O talento do autor
está no trânsito que faz entre personagem e observador, amarrando digressões
aos fatos que as suscitam.
É curioso notar que a
distância entre Vallejo e a
Colômbia só aumentou
nos anos de auto-exílio,
mas ele não se sente desautorizado a falar sobre o
tema. E cita trecho do livro, "sei mais sobre Medellín do que Balzac sobre
Paris, e não invento: estou
morrendo com ela".
(SC)
A VIRGEM DOS SICÁRIOS Autor: Fernando Vallejo Tradução: Rosa Freire d'Aguiar Editora: Companhia das Letras Quanto: R$ 29 (111 págs.) Texto Anterior: Raio-x Próximo Texto: José Mindlin fica próximo de cadeira da ABL Índice |
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