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Crítica
"Bom Dia, Noite" mostra vigor de Bellocchio
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Marco Bellocchio é um desses raros diretores que, tendo
começado a filmar nos anos de
ouro do cinema italiano (anos
60 do século passado), passou
ao novo século em atividade e
na plenitude do vigor.
Manteve também a tradição
de um cinema politizado, ao fazer "Bom Dia, Noite" (TC
Cult, 1h25), onde retraça os
acontecimentos de 1978, quando as Brigadas Vermelhas seqüestraram e depois assassinaram Aldo Moro, um dos principais políticos italianos do pós-guerra.
Por favor, ninguém venha dizer que isso é coisa de estudantes irresponsáveis. Eles nunca
são irresponsáveis, para começar, seja em 68, seqüestrando o
embaixador americano no Brasil, seja em 1978, na Itália.
Em 78, essa ação designa o
dogmatismo em que a ação política de esquerda e radical se
meteu, conseqüente ao beco
sem saída de um pensamento
que fazia água por todos os lados. Mas isso é política. O filme
de Bellocchio parte daí, mas é
bem mais que isso.
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