São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2010

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Novo diretor da Arco diz que feira vai ser encolhida

DO ENVIADO A MADRI

A partir de hoje, o espanhol Carlos Urroz assume a direção da Arco, a feira de arte de Madri, quando a crise econômica em seu país é o centro das atenções.
Ele foi escolhido, contudo, com o objetivo de superar uma outra crise, a da própria feira, que perdeu não só prestígio internacional como também o apoio de parte das próprias galerias de arte espanhola. Em fevereiro passado, várias delas ameaçaram sair do evento.
O novo diretor, que nos últimos três anos foi coordenador de artes visuais de Madri, foi por muitos anos braço direito de Helga de Alvear, uma das galeristas mais respeitadas no país, que acaba de doar sua coleção de mais de 2.500 peças -estimadas em cerca de 100 milhões- à cidade de Cáceres.
Desde a semana passada, aliás, parte dela já está exposta em um novo centro cultural local.
Nesse cenário de crise, economia é a meta de Urroz: "Teremos uma feira menor, com apenas dois pavilhões e menos programas paralelos", disse à Folha, na última quinta-feira.
A Arco enfrentou problemas já quando, há três anos, sua então diretora, Lourdes Fernandez, tentou tornar a feira mais contemporânea, barrando galerias importantes de Madri, mas que tinham perfil conservador.
"O mais importante é a qualidade. Galerias contemporâneas de qualidade, assim como galerias clássicas de qualidade, terão espaço", defende Urroz.
Galeristas brasileiros, que tiveram espaço privilegiado no ano do Brasil na Arco, em 2008, sumiram da feira, mas Urroz os quer de volta.
"Já falei com Alessandra Vilaça e Luciana Brito, perguntando o que elas precisam. Certo é que vou colocar um brasileiro no comitê da feira." Mas, como estimular vendas no cenário de depressão espanhola?
"Não se trata de colocar um revólver na cabeça das pessoas para obrigá-las a comprar, mas trazer os colecionadores importantes e estimular que mesmo quem não compra durante todo o ano, ao menos durante a feira compre uma obra".
(FCY)


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