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EXPOSIÇÃO
MAM/RJ exibe, a partir do dia 22, fotos, filmes, trechos de novelas, entrevistas e prêmios da atriz
Montenegro celebra 70 anos "sem véus"
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
A atriz Fernanda Montenegro
decidiu comemorar com uma exposição duas datas que a "fragilizam e fortificam": seus 70 anos de
vida e seus 50 anos de palco.
A partir do dia 22, a "fragilidade" e a "fortaleza" de Fernanda
Montenegro serão mostradas em
"Fernanda EnCena: Retrospectiva 50 Anos", no MAM/RJ.
"Sinto-me encarando a fortaleza de quem já viveu a maior parte
da vida e a fragilidade dos anos vividos. Tive fôlego para chegar até
aqui, mas o tempo marcou meu
rosto, meu corpo", diz a atriz.
Por isso, Fernanda diz que tomou a coragem de "entrar em
uma egotrip". "É hora de me comunicar eu mesma, não por meio
de um personagem. Queria dar
um testemunho, ter um encontro
sem véus. É um ato pretensioso,
talvez de exibição, mas também
existe um risco. Não estou escudada por uma persona", afirma.
"Fernanda EnCena: Retrospectiva 50 Anos" reúne fotos, cartas,
prêmios e desenhos de figurinos
dos acervos da atriz, da Funarte e
do Museu da Imagem e do Som.
Oito aparelhos de TV veicularão
filmes sobre a atriz: trechos de novelas, filmes, entrevistas, teleteatros. Haverá também computadores conectados à homepage de
Fernanda (www.uol.com.br/
fernandamontenegro) e fones
nos quais será possível ouvir encenações da atriz.
A mostra é dividida em 18 módulos, ligando a atriz a personalidades e fatos importantes em sua
vida, como o marido, Fernando
Torres, os diretores Gianni Ratto,
Celso Nunes, Paulo José e Naum
Alves de Souza, seu trabalho com
o Teatro dos Sete e no Grande
Teatro Tupi, seus prêmios e sua
participação no cinema e na TV.
Há documentos interessantes,
como dez rascunhos da carta posteriormente enviada ao então
presidente José Sarney, em 1985,
na qual a atriz recusa o convite
para ser ministra da Cultura.
Em outra carta, de abril de 1962,
Carlos Drummond de Andrade
agradece a Fernanda por ter lido
alguns de seus poemas na TV.
"Havia de ser bem difícil se eu
tentasse agradecer-lhe tudo que
lhe devo... E agora minha dívida
aumenta muito, com as suas palavras e a sua interpretação valorizadora de meus poemas na TV",
diz Drummond em um dos trechos.
Fernanda conta que se emocionou ao vasculhar seus arquivos.
Um dos momentos mais marcantes, diz a atriz, foi ao ouvir sua
própria voz cantando músicas de
Artur Azevedo na peça "O Mambembe", encenada no Teatro Municipal do Rio em 1959.
"Durante mais de 40 anos, Alfredo Souto de Almeida, um grande amigo que tinha um programa
sobre teatro na rádio MEC, gravou tudo o que acontecia no Rio.
Ouvir minha voz, a de Sérgio Britto, de Ítalo Rossi, foi emocionante", diz a atriz.
Paralelamente à exposição, na
cinemateca do museu, haverá
uma mostra de oito filmes feitos
por Fernanda -entre eles, "A Falecida", dirigido por Leon Hirszman, primeiro longa da atriz;
"Eles Não Usam Black-Tie", de
Gianfrancesco Guarnieri, e "Central do Brasil", de Walter Salles.
Mostra: Fernanda EnCena:
Retrospectiva 50 Anos
Onde: MAM/RJ (av. Infante Dom
Henrique, 85, centro, tel. 0/xx/21/210-2188)
Quando: de 22 de julho a 7 de setembro;
terças e quartas, das 10h às 18h; quintas,
das 10h às 20h; sextas e sábados, das 10h
às 22h; domingos, das 10h às 20h
Quanto: para a exposição, R$ 4 e R$ 2,50
(estudantes e maiores de 65); para a
mostra de filmes, R$ 5 e R$ 2,50 por
sessão (estudantes e maiores de 65 anos)
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