da Reportagem Local

Criado há três anos, o Cine Mambembe já percorreu cerca de 15 mil quilômetros do Brasil, do interior de São Paulo à distante Piranhas, em Alagoas, sempre levando curtas-metragens em 16 mm a populações que muitas vezes nunca pisaram num cinema.
Agora, o projeto de Laís Bodanzky e Luiz Bolognesi aguarda a aprovação do Ministério da Cultura para as leis de incentivo. Isso possibilitaria que a ainda mambembe camionete do casal se transformasse num caminhão-cinema itinerante, com capacidade para guardar 500 cadeiras.
"Hoje não temos condições de exibir longas-metragens, por causa do projetor de 16 mm e do desconforto. Mas, com esse caminhão, poderíamos levar cinema para 200 mil pessoas em dois anos", diz Bolognesi. Segundo ele, o projeto, que tem o nome provisório de "Cinema na Praça", tem orçamento de R$ 900 mil.
A única vez em sua história que o Cine Mambembe exibiu um longa-metragem foi em janeiro de 98, quando Piranhas assistiu, com 20 anos de atraso, a "Bye Bye Brasil", de Cacá Diegues. A cidade de 2.000 mil habitantes, localizada às margens do rio São Francisco, serviu de locação para o filme.
"Esse tipo de projeto soluciona dois grandes dramas brasileiros: a deficiente distribuição do cinema nacional e a pouca oferta de bens culturais para classes de baixa renda. Agora só falta quem o patrocine", afirma, esperançoso, Bolognesi. (ES)


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