São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 2006

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Marcos Valle canta com seus fãs ilustres

João Donato, Marcelinho da Lua e Ed Motta tocam no tributo ao compositor

Aos 62 anos, o músico saboreia redescoberta pelas novas gerações e ganha homenagem no Tom Brasil em show na próxima sexta

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Não se deve menosprezar Marcos Valle. Ele passa alguns períodos à margem, mas depois volta com força total. Fez sucesso nos anos 60 e 80 e agora está sendo reconhecido como o grande músico que é. Valle será homenageado com show no Tom Brasil na sexta, quando dividirá o palco com fãs ilustres.
Ed Motta, Celso Fonseca, Roberta Sá, Marcelinho da Lua e João Donato -este, exceção à regra, é antes ídolo do que fã- já se apresentam com Valle hoje, no Museu de Arte Moderna do Rio, só para convidados. Na quinta, o mesmo se dá no Bourbon Street, em São Paulo.
"Marcos fica à vontade com tudo. Vai tocar uma bossa nova suingada com Donato, uma coisa mais soul com Ed e, no final, vem a turma da nova geração. É um artista com mais de 40 anos de carreira que continua ativo, se renovando", diz Nelson Motta, diretor artístico do projeto e parceiro de Valle.
Aos 62, Valle saboreia a redescoberta internacional. Nos últimos anos, composições como "Os Grilos", "Mentira" e o tema da novela "Selva de Pedra" (primeira versão) passaram a tocar em pistas européias, graças a DJs entusiasmados. Aumentou o interesse do público dos EUA e do Japão, onde ele já era conhecido, e também do Brasil. Mas aqui, ao contrário dos anos 80, quando estourou com a pop "Estrelar", Valle vem sendo mais lembrado pela sofisticação de sua obra. Seu último CD, "Jet-Samba", ganhou em julho o Prêmio Tim.
"A redescoberta da minha música lá fora fez com que ela voltasse forte aqui, com um respeito legal. É um grande incentivo para continuar. Nunca gostei tanto de tocar ao vivo quanto agora", festeja.
Nos shows desta semana, Valle estará no palco o tempo todo, estreando seu piano elétrico Fender Rhodes rosa -o "Fender Roses", brinca-, comprado do DJ Memê. Tocará desde clássicos dos anos 60, como "Samba de Verão", "Viola Enluarada" e "Preciso Aprender a Ser Só", até criações recentes, como "Pela Ciclovia".
"Este show é totalmente especial para mim, porque é a chance de eu tocar minhas músicas com artistas de diferentes estilos e gerações. É um momento único", exalta ele, que refez todos os arranjos para as apresentações. Nelson Motta sonha transformá-las em CD.
Valle, que hoje passa 70% de seu tempo no Brasil, mas já morou por vários anos nos EUA, diz que é culpado pelas oscilações da carreira. "Sempre fui muito inconstante na vida pessoal, mudava de amores. Agora estou mais sossegado", diz ele.
A abertura para todos os tipos de sons é algo que encanta Ed Motta, seu fã desde o tempo em que ainda não gostava de música brasileira. "Ele faz uma música brasileira que não é xenofóbica. É menos o retrato da aldeia do que do mundo", diz.


MARCOS VALLE
Quando:
sex., às 21h30
Onde: Tom Brasil (r. Bragança Paulista, 281, SP, tel. 0/xx/11/2163-2100)
Quanto: entre R$ 30 e R$ 100


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