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Marcos Valle canta com seus fãs ilustres
João Donato, Marcelinho da Lua e Ed Motta tocam no tributo ao compositor
Aos 62 anos, o músico saboreia redescoberta pelas novas gerações e ganha homenagem no Tom Brasil em show na próxima sexta
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Não se deve menosprezar
Marcos Valle. Ele passa alguns
períodos à margem, mas depois
volta com força total. Fez sucesso nos anos 60 e 80 e agora
está sendo reconhecido como o
grande músico que é. Valle será
homenageado com show no
Tom Brasil na sexta, quando dividirá o palco com fãs ilustres.
Ed Motta, Celso Fonseca,
Roberta Sá, Marcelinho da Lua
e João Donato -este, exceção à
regra, é antes ídolo do que fã-
já se apresentam com Valle hoje, no Museu de Arte Moderna
do Rio, só para convidados. Na
quinta, o mesmo se dá no Bourbon Street, em São Paulo.
"Marcos fica à vontade com
tudo. Vai tocar uma bossa nova
suingada com Donato, uma coisa mais soul com Ed e, no final,
vem a turma da nova geração. É
um artista com mais de 40 anos
de carreira que continua ativo,
se renovando", diz Nelson Motta, diretor artístico do projeto e
parceiro de Valle.
Aos 62, Valle saboreia a redescoberta internacional. Nos
últimos anos, composições como "Os Grilos", "Mentira" e o
tema da novela "Selva de Pedra" (primeira versão) passaram a tocar em pistas européias, graças a DJs entusiasmados. Aumentou o interesse do
público dos EUA e do Japão,
onde ele já era conhecido, e
também do Brasil. Mas aqui, ao
contrário dos anos 80, quando
estourou com a pop "Estrelar",
Valle vem sendo mais lembrado pela sofisticação de sua obra.
Seu último CD, "Jet-Samba",
ganhou em julho o Prêmio Tim.
"A redescoberta da minha
música lá fora fez com que ela
voltasse forte aqui, com um
respeito legal. É um grande incentivo para continuar. Nunca
gostei tanto de tocar ao vivo
quanto agora", festeja.
Nos shows desta semana, Valle estará no palco o tempo todo, estreando seu piano elétrico Fender Rhodes rosa -o
"Fender Roses", brinca-, comprado do DJ Memê. Tocará
desde clássicos dos anos 60, como "Samba de Verão", "Viola
Enluarada" e "Preciso Aprender a Ser Só", até criações recentes, como "Pela Ciclovia".
"Este show é totalmente especial para mim, porque é a
chance de eu tocar minhas músicas com artistas de diferentes
estilos e gerações. É um momento único", exalta ele, que
refez todos os arranjos para as
apresentações. Nelson Motta
sonha transformá-las em CD.
Valle, que hoje passa 70% de
seu tempo no Brasil, mas já morou por vários anos nos EUA,
diz que é culpado pelas oscilações da carreira. "Sempre fui
muito inconstante na vida pessoal, mudava de amores. Agora
estou mais sossegado", diz ele.
A abertura para todos os tipos de sons é algo que encanta
Ed Motta, seu fã desde o tempo
em que ainda não gostava de
música brasileira. "Ele faz uma
música brasileira que não é xenofóbica. É menos o retrato da
aldeia do que do mundo", diz.
MARCOS VALLE
Quando: sex., às 21h30
Onde: Tom Brasil (r. Bragança Paulista, 281, SP, tel. 0/xx/11/2163-2100)
Quanto: entre R$ 30 e R$ 100
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