|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Coleção Folha destaca a música
e a poesia de Vinicius de Moraes
Terceiro livro-CD, com trajetória do "Poetinha", chega às bancas domingo
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhum entre os grandes
nomes da poesia brasileira desfrutou como ele a liberdade e as
transgressões de uma típica vida de poeta. Vinicius de Moraes
(1913-1980) é o protagonista do
terceiro livro-CD da Coleção
Folha 50 Anos de Bossa Nova,
que chega às bancas neste domingo, dia 17.
Participar de shows com um
infalível copo de uísque na
mão, ou rabiscar canções dividindo uma banheira com seus
parceiros musicais, foram só algumas das excentricidades do
"Poetinha", especialmente depois que ele trocou o terno e as
formalidades da diplomacia pelo dia-a-dia de poeta e letrista
de música popular.
"Ninguém chegou tão perto
da vida cotidiana, do prosaico",
sintetizou o escritor Antonio
Callado, em depoimento para o
documentário "Vinicius"
(2005), de Miguel Faria.
De uma família carioca de
origem aristocrática, antes de
se interessar pela diplomacia
Vinicius formou-se em direito,
publicou livros de poesia e foi
crítico de cinema do jornal "A
Manhã". Também dirigiu o suplemento literário de "O Jornal", em 1944, além de colaborar com diversas publicações.
Assumiu o primeiro posto diplomático em 1946, tornando-se vice-cônsul do Brasil em Los
Angeles. Já na década de 1950
começa a revelar sua alma cigana. Viaja por várias cidades européias, em 1952, para estudar
a organização de festivais de cinema. No ano seguinte, assume
o posto de segundo-secretário
da Embaixada brasileira em
Paris.
De volta ao Rio de Janeiro,
em 1956, Vinicius procura um
músico para ajudá-lo a criar
canções para a montagem de
sua peça teatral "Orfeu da Conceição". Conhece um jovem e
ainda obscuro pianista chamado Tom Jobim, iniciando com
ele uma parceria que o estimulou a assumir de vez sua veia
musical.
Assim nasceram canções inspiradas como "Se Todos Fossem Iguais a Você" e "Lamento
no Morro", que abriram caminho para as posteriores obras-primas da dupla, já sob o signo
da bossa nova, como "Chega de
Saudade", "Insensatez", "Garota de Ipanema", "A Felicidade"
e "Eu Sei Que Vou Te Amar".
Outras associações vieram
em seguida, contribuindo para
que Vinicius deixasse um acervo de mais de 300 canções.
A prolífica parceria do Poetinha com o violonista Baden Powell (1937-2000) está bem representada no CD que acompanha este volume da coleção.
Conhecidas canções da dupla,
como "Berimbau" e "Só Por
Amor", estão presentes.
Onze das gravações incluídas
no CD pertencem ao álbum
"Vinicius & Odette Lara", que o
poeta lançou com a atriz e cantora Odette Lara pelo selo
Elenco, em 1963. A seleção musical traz ainda "Pela Luz dos
Olhos Teus", canção de Vinicius que ele mesmo interpreta.
Texto Anterior: Saiba mais: Especialistas criticam sites de venda Próximo Texto: João Gilberto rejeitou formato Índice
|