São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2008

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Coleção Folha destaca a música e a poesia de Vinicius de Moraes

Terceiro livro-CD, com trajetória do "Poetinha", chega às bancas domingo

DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum entre os grandes nomes da poesia brasileira desfrutou como ele a liberdade e as transgressões de uma típica vida de poeta. Vinicius de Moraes (1913-1980) é o protagonista do terceiro livro-CD da Coleção Folha 50 Anos de Bossa Nova, que chega às bancas neste domingo, dia 17.
Participar de shows com um infalível copo de uísque na mão, ou rabiscar canções dividindo uma banheira com seus parceiros musicais, foram só algumas das excentricidades do "Poetinha", especialmente depois que ele trocou o terno e as formalidades da diplomacia pelo dia-a-dia de poeta e letrista de música popular.
"Ninguém chegou tão perto da vida cotidiana, do prosaico", sintetizou o escritor Antonio Callado, em depoimento para o documentário "Vinicius" (2005), de Miguel Faria.
De uma família carioca de origem aristocrática, antes de se interessar pela diplomacia Vinicius formou-se em direito, publicou livros de poesia e foi crítico de cinema do jornal "A Manhã". Também dirigiu o suplemento literário de "O Jornal", em 1944, além de colaborar com diversas publicações.
Assumiu o primeiro posto diplomático em 1946, tornando-se vice-cônsul do Brasil em Los Angeles. Já na década de 1950 começa a revelar sua alma cigana. Viaja por várias cidades européias, em 1952, para estudar a organização de festivais de cinema. No ano seguinte, assume o posto de segundo-secretário da Embaixada brasileira em Paris.
De volta ao Rio de Janeiro, em 1956, Vinicius procura um músico para ajudá-lo a criar canções para a montagem de sua peça teatral "Orfeu da Conceição". Conhece um jovem e ainda obscuro pianista chamado Tom Jobim, iniciando com ele uma parceria que o estimulou a assumir de vez sua veia musical.
Assim nasceram canções inspiradas como "Se Todos Fossem Iguais a Você" e "Lamento no Morro", que abriram caminho para as posteriores obras-primas da dupla, já sob o signo da bossa nova, como "Chega de Saudade", "Insensatez", "Garota de Ipanema", "A Felicidade" e "Eu Sei Que Vou Te Amar".
Outras associações vieram em seguida, contribuindo para que Vinicius deixasse um acervo de mais de 300 canções.
A prolífica parceria do Poetinha com o violonista Baden Powell (1937-2000) está bem representada no CD que acompanha este volume da coleção. Conhecidas canções da dupla, como "Berimbau" e "Só Por Amor", estão presentes.
Onze das gravações incluídas no CD pertencem ao álbum "Vinicius & Odette Lara", que o poeta lançou com a atriz e cantora Odette Lara pelo selo Elenco, em 1963. A seleção musical traz ainda "Pela Luz dos Olhos Teus", canção de Vinicius que ele mesmo interpreta.


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