São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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música

"Sou um cavalo velho", diz Bon Jovi

Prestes a vir ao Brasil, músico inveja vitalidade de Mick Jagger e diz que "as coisas estão começando a quebrar"

Após se machucar no palco em julho, ele diz que tentará ficar inteiro para show no país, cujo ingresso admite ser caro

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

O Bon Jovi que o Brasil verá em outubro é o "auge" da banda, apesar de o vocalista se sentir "velho demais".
"Sou como um cavalo velho que você coloca no campo e atira. Não sei como o Mick Jagger faz essa porcaria.
Ele é 20 anos mais velho do que eu!".
Aos 48, Jon Bon Jovi admite que o grupo teve "altos e baixos" em seus mais de 25 anos de existência.
A turnê de "The Circle", que será seguida pelo lançamento da compilação "Greatest Hits", em novembro, "é o mais alto de todos".
"Estamos num ponto loucamente bom, não podia ser melhor. Temos toda a experiência e ainda a exuberância -não dá para dizer juventude- para nos empolgarmos com uma turnê", disse à Folha, em um hotel de NY.
O problema, afirma, é que "as coisas estão começando a romper e quebrar".
Em julho, Jon Bon Jovi machucou a panturrilha durante apresentação em Nova Jersey e saiu do palco sem conseguir andar.
Melhorou? "A perna está bem, mas agora eu quebrei o dedo do pé", ri.
Ele chutou o sofá ao levantar "para pegar uma porcaria para comer. Caí direto no chão". "Vou tentar não me machucar até lá", diz, sobre os shows no Rio e em SP.
As apresentações marcam a volta da banda ao país após um intervalo de 15 anos, "por uma série de razões, a economia sendo uma delas -a do Brasil inclusive, com seus altos e baixos, não permitia que voltássemos".
Se em 1995 os ingressos não passavam de R$ 50, hoje eles partem de R$ 160 (em SP) e chegam a R$ 600 (nas duas cidades).
"Sério? Uau. É um ingresso caro, mesmo em dólares. Sinto muito por ouvir isso."
Apesar de pedir desculpas pelo preço da entrada, o cantor promete "muitos hits e uma grande produção, com 15 anos de músicas que [os brasileiros] nunca ouviram ao vivo".
E, se serve de consolo, essa não deve ser a última passagem do grupo pelo Brasil, a depender dos planos do músico. Ele vê a banda seguindo os passos dos Rolling Stones, na ativa desde o ano em que Jon Bon Jovi nasceu.
"Já superamos o momento de nos separar."
O único ponto da carreira que o cantor não quer repetir é a incursão no cinema hollywoodiano.
Depois de mais de dez anos de tentativas, "chegou um ponto em que eu estava passando vergonha".
"O tipo de filme que eu estava fazendo era uma porcaria. Tive que dizer "vamos lá, tenha alguma dignidade'!"
"Aquele filme de vampiro ["Vampiros - Os Mortos", 2002] e aquele de hockey ["Pucked", 2006] eram horríveis. Boas experiências, mas horríveis. Não quero ser associado a merda."

BON JOVI - THE CIRCLE TOUR
ONDE Estádio do Morumbi (Praça Roberto Gomes Pedrosa, nº 1; tel. 0/xx/11/2846-6232)
QUANDO 6 de outubro
QUANTO de R$ 160 a R$ 600


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