São Paulo, domingo, 15 de outubro de 2006

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"Restrição não pode afetar programação"

DA REPORTAGEM LOCAL

A Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) defende a proibição da publicidade para criança. "A lógica é aumentar o poder de escolha das famílias. A criança não é forçada pelo "Peça para seu pai comprar isso". Os pais decidem se devem comprar um brinquedo. Isso é importante numa sociedade desigual", diz o cientista político Guilherme Canela, coordenador de relações acadêmicas da Andi.
Mas ressalta: "Se houver proibição ou mesmo restrição é preciso discutir também mecanismos de financiamento para a programação infantil, que não pode sofrer prejuízo."
Os canais entrevistados pela Folha afirmam que a proibição ameaçaria o conteúdo para crianças. No Cartoon, a publicidade corresponde a 30% do faturamento, contra 70% das assinaturas. No caso do Nickelodeon, 40%.
Para o psicólogo Ricardo Moretzsohn, a publicidade pode vender produtos infantis, mas deve dirigir os anúncios aos pais. "A criança não tem discernimento. Se para adultos é difícil resistir ao apelo publicitário, imagine para crianças. Alguns comerciais vendem a idéia de felicidade. Se tem a sandália é feliz, se não tem, não é. Isso violenta nossas crianças", diz Moretzsohn, representante do Conselho Federal de Psicologia na campanha antibaixaria na TV da Câmara. (LM)


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