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Crítica
"Redentor" opta por investir na magia dos efeitos
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Redentor" (Canal Brasil,
22h) foi talvez o primeiro filme
brasileiro a usar computação
gráfica de maneira intensiva. E
sua utilização não era fútil: tinha relação fluente com a ação.
Pode-se alegar que o argumento não é muito realista, já
que ali um jornalista, em princípio lesado na compra de um
apartamento, recebe de Deus, a
horas tantas, a missão de converter um empreiteiro corrupto, seu amigo de infância.
O filme esteve longe de fazer
o sucesso esperado, e isso pode
ter acontecido em parte
porque nós mesmos forjamos
o mito de que somos todos
pessoas irretocáveis e de que
todos os nossos males vêm
de Brasília e daqueles a quem
elegemos.
Mas a principal razão pode
vir do fato de que, embora trabalhando com Pedro Cardoso e
Miguel Falabella, o diretor
Claudio Torres não investiu no
humor, optando por uma narrativa crispada e investindo sobretudo (e corretamente, aliás)
na magia dos efeitos. Talvez
Cristos mais distantes sensibilizem mais os espectadores.
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