|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Crise é tão inadvertida quanto "Poltergeist"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Certos adágios desabam alegremente da boca de economistas e comentaristas de TV. Um
dos mais célebres é "não há almoço grátis" e refere-se, em geral, às pretensões dos pobres.
Há momentos em que a frase
volta-se contra seus autores, e o
mundo nos faz ver magnatas
com a marmita estendida atrás
do almoço que o governo possa
lhes proporcionar.
Outro exemplo, esse para ser
usado com expressão compungida: "o drama da moradia". Esse é o drama que hoje estoura
sobre nós. Se eu bem entendi (o
que é improvável), o mundo começou a desabar quando os pobres passaram a especular com
as hipotecas de suas casas.
É como comprar casa sobre
cemitérios, providência inadvertidamente tomada pela
família Freeling, de "Poltergeist, o Fenômeno" (TCM,
23h25; classificação indica-
tiva não informada), mas que
sem dúvida fica muito a dever à
realidade.
No mesmo canal passa
"O Incrível Homem que Encolheu" (22h; classificação indicativa não informada).
Texto Anterior: Documentário: Klusemann é retratado por sua filha Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|