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TELEVISÃO
Crítica
"Gigolô Americano" fala sobre pecado e redenção
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Algumas imagens ficam: a
imagem de Richard Gere recortada pela persiana, por exemplo. Ou as gavetas que ele abre,
organizadíssimas, cheias de camisas na maior estica.
Existe uma espécie de assepsia na prostituição, em "Gigolô Americano" (TC Cult, 16h10,
14 anos). Tudo é "clean". Mas
não é um mundo de pureza absoluta e sim do dinheiro absoluto. Do dinheiro feito valor.
Ele é que produz beleza neste
filme de Paul Schrader (de
1979), onde a mulher de um senador se apaixona pelo gigolô.
Onze anos depois, em "Uma
Linda Mulher", era ele o rico
que se apaixonava por Julia Roberts, a prostituta. Mas o figurino era o mesmo. Os dois filmes
marcam o fim do homem hippie e sua substituição pelo império da moda. Só que "Gigolô..." é também um belo filme
sobre o pecado e a redenção. Já
"Uma Linda Mulher" é um filme feito para faturar.
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