São Paulo, sábado, 15 de outubro de 2011

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Coleção apresenta os projetos tecnológicos de Jean Nouvel

Obras de arquiteto francês fundem aspectos artificiais aos da natureza

DE SÃO PAULO

Vencedor do Pritzker -prêmio considerado o Nobel da arquitetura- em 2008, o francês Jean Nouvel, 66, e seus projetos são temas do oitavo livro da Coleção Folha Grandes Arquitetos, que chega às bancas no domingo (23).
Para além da superfície tecnológica, seus projetos fogem dos lugares comuns.
É o caso da sequência de diafragmas que recobre a fachada do Instituto do Mundo Árabe (1981-1987).
O exterior do edifício m Paris (França) recorda um tapete persa, de acordo com a abertura das peças que regulam a entrada solar, gerando uma sucessão de figuras que vão do quadrado ao círculo e até à estrela de Davi.
Do mesmo modo, a cobertura tecnológica do Teatro da Ópera de Lyon (1986-1993) -referência na arquitetura contemporânea- poderia não ser tão significante se não remetesse a uma linhagem arquitetônica que vai do renascimento, com os palácios hoje em ruínas da região de Vicenza, até os arcos metálicos neoclássicos do Palácio de Cristal, de Joseph Paxton (1803-1865).
Também são de autoria do francês a Fundação Cartier (1991-1994), em Paris, e os projetos da nova sede do MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York), nos EUA, e da filial do Louvre em Abu Dhabi (Emirados Árabes).
Como arquiteto, Nouvel se serve da intuição e da agilidade. Isso não significa que não empregue tempo e trabalho fazendo com que sejam habitáveis as imagens e sequências que concebe.
Os instrumentos utilizados por Nouvel são mais do âmbito dinâmico da vida. A composição dos conjuntos se compõe de dualidades e contrastes: de luz e sombra, de mudanças de escala e de ângulo, de baixo para o alto, do interior para o exterior, do material ao imaterial.
Uma das inovações dos projetos de Jean Nouvel, do ponto de vista técnico, consiste na exploração do uso de materiais vegetais, como plantas que podem crescer na ausência de terra, enraizando-se em feltros especiais e umidificados.
Assim, as janelas aparecem como molduras de quadros, rodeadas de material vegetal, uma substância viva que se modifica com o passar do tempo, conferindo à arquitetura uma singular inclusão no mundo dos homens. Na Fundação Cartier, por exemplo, as árvores do terreno ficam visíveis atrás da alta barreira envidraçada de oito metros de altura que tomou o lugar do muro opaco originalmente construído. No verão, as grandes paredes de vidro corrediças são abertas, e o espaço se transforma em prolongamento do parque.
Já no Museu do Quai Branly (1999-2006), também em Paris, a natureza se faz presente em símbolos da floresta e do rio.
Cada livro avulso da coleção, com 80 páginas, custa R$ 16,90; a coleção completa, R$ 287,30. Assinantes Folha, Edição Digital e UOL têm descontos nos lotes.



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