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Banda fictícia
invade festival
em "Rock Star"
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES
O produtor Robert Lawrence
estava lendo o jornal "The New
York Times" quando se deparou
com uma notícia que mais parecia
coisa de cinema. Era a história do
líder de uma banda de fundo de
quintal, desses que passam a vida
homenageando uma estrela do
rock, que havia sido contratado
para substituir o mesmo líder que
imitava. Não teve dúvida. Adquiriu os direitos sobre a reportagem
e saiu à procura de um roteirista.
"A história era boa demais para
ser esquecida", disse.
Encontrou John Stockwell, que
viu a chance de reviver sua juventude. "Em minha pesquisa, coloquei os dois pés no mundo do sexo, das drogas e do rock'n'roll, e
muitas cenas que testemunhei,
mesmo bizarras e megalomaníacas, foram incluídas no filme."
Com o roteiro finalizado, era
hora de reunir o elenco. O produtor-executivo, George Clooney,
convidou Brad Pitt para protagonista. "Brad e eu conversávamos
muito sobre o filme. À noite, líamos juntos o roteiro e, sem perceber, acabei envolvida", disse Jennifer Aniston, mulher de Pitt e a
mocinha de "Rock Star".
Quando Pitt se afastou das filmagens (preferiu fazer "Spy Game" com Robert Redford), Aniston resolveu entrar no elenco.
Para substituir o ator, foi chamado o ex-rapper Mark Wahlberg. "Como recusar participar de
um filme no qual poderia atuar e
cantar?", perguntou Wahlberg.
Mas, apesar do currículo, ele
não foi capaz de dominar apropriadamente todas as notas musicais que o papel exigia e teve de
dublar. "Ele tem boa voz, mas seu
negócio não é heavy metal", explicou o diretor Stephen Herek.
"Nunca gostei de rock pesado. Interpretar Chris foi um desafio do
começo ao fim", disse o protagonista. "Só ter de colocar aquelas
calças apertadas e ziguezaguear
pelo palco com uma peruca enorme eram desafios suficientes."
A produção arranjou para que a
banda fictícia da qual ele era o líder, a Steel Dragon, tocasse no
L.A. Sports Arena para 10 mil fãs
(que, na verdade, estavam ali para
um festival de heavy metal com
participação do Metallica).
"Alice Cooper, Pink Floyd, The
Who, esses caras introduziram o
exagero alegórico da época, aproximando os shows de rock de
óperas. Tínhamos de retratar o espetáculo teatral que o rock dos
anos 80 inaugurou", disse Herek.
Para acentuar a genuinidade da
obra, as músicas que o grupo Steel
Dragon toca no filme foram especialmente compostas para a fictícia banda. "Criamos não apenas
as músicas, mas também a mitologia por trás delas", disse supervisor musical Budd Carr.
Mas, para Herek, o grande apelo
do filme é o fato de ele tratar de
um tema que é fantasia coletiva.
"Todos sonhamos com o dia que
seremos resgatados da obscuridade para a fama e o estrelato. "Rock
Star" fala exatamente disso, mas
vai mais longe e pergunta o que
aconteceria se você conseguisse
tudo o que sempre sonhou e percebesse que não era o bastante."
Aniston tem opinião formada a
respeito: "Fama e dinheiro não
trazem felicidade. São produtos
efêmeros que acabam mascarando a realidade e, se não forem
bem dosados, têm efeito destrutivo", diz.
(ML)
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