|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"O TRIUNFO DO AMOR"
Mira Sorvino seduz 3 em comédia
DA REDAÇÃO
Uma bela princesa (Mira Sorvino) usa as armas da sedução para
fazer o que considera justiça: devolver o trono, tomado à força
por seu pai, ao verdadeiro dono.
Ambivalente, como não quer se
distanciar do poder, ela se apaixona pelo usurpado. Pelo caminho,
terá de seduzir um filósofo e sua
irmã, que são tutores do amado.
Essa é a trama de "O Triunfo do
Amor", que já no título denuncia
o final da comédia dirigida por
Clare Peploe, mulher do cineasta
Bernardo Bertolucci. "O enredo é
metafórico. Não acredito que
uma pessoa consiga encantar três
em tão curto período", afirma.
"Incluir os sentimentos nas negociações faz com que se tenha
mais poder de barganha. É isso
que torna a personagem dela tão
moderna e atual. Ela é como uma
jovem mulher dos dias de hoje,
querendo casar e, ao mesmo tempo, desejando ter uma carreira."
Para ela, a força da protagonista
está em derrotar seus adversários
com a atração. "Temos aqui uma
mulher que usa outros meios que
não a violência para superar seus
inimigos. Não é necessário jogar
bombas sobre eles, como o Bush."
Segundo a diretora, atualmente
o mundo faz uma volta ao passado. "Quando o presidente norte-americano invoca a religião, temos uma regressão no tempo,
porque a religião foi decisiva na
época medieval, pré-iluminista."
Este é o quarto longa de Peploe,
que estreou em roteiros com "Zabriskie Point" (70), de Michelangelo Antonioni, e, mais recentemente, foi responsável pelo script
de "Assédio" (98), de Bertolucci.
Habitual roteirista do italiano,
em "O Triunfo do Amor", os papéis se invertem, e é ele quem está
por trás do roteiro, baseado em
peça escrita por Pierre de Marivaux em 1732. "Trabalhei com
Bertolucci muito proximamente
em "Assédio". "O Triunfo do
Amor" é bem diferente, mas, por
já termos trabalhado juntos muitas vezes, sou bem influenciada
por ele. E ele também por mim."
(LÚCIA VALENTIM RODRIGUES)
O TRIUNFO DO AMOR - The Triumph of
Love. Direção: Clare Peploe. Produção:
Itália/Inglaterra, 2001. Com: Mira
Sorvino, Ben Kingsley. Quando: a partir
de hoje nos cines Frei Caneca Unibanco
Arteplex, Jardim Sul e Pátio Higienópolis.
Texto Anterior: Cinema/Estréias - "Água Quente": Fábula estranha e luminosa não deixa lugar à indiferença Próximo Texto: Copião: Guel Arraes refilma cena de "Lisbela" no Recife Índice
|