São Paulo, domingo, 15 de novembro de 2009

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"Quero os menos famosos", diz diretor de "A Fazenda"

Nova versão do reality que confina subcelebridades na zona rural estreia na Record

Rodrigo Carelli defende que os participantes menos conhecidos dão "química" com "nomões" e mostra à Folha local das gravações


Antonio Chahestian/TV Record/Divulgação
Rodrigo Carelli, 40, diretor de "A Fazenda', na sala em que pode ver e operar as 42 câmeras instaladas em diferentes ambientes

SÍLVIA CORRÊA
LAURA MATTOS

ENVIADAS ESPECIAIS A ITU (SP) De bermuda, o diretor Rodrigo Carelli, 40, pinga de suor debaixo do sol fervente de Itu (101 km de São Paulo), enquanto apresenta à Folha o local onde foi realizada a primeira edição do reality show "A Fazenda", reformado para a segunda, que estreia hoje, às 22h, na Record.
Com média de 15 pontos na Grande São Paulo, o programa chegou a deixar o "Fantástico", da Globo, em segundo lugar.
Não é a primeira vez que Carelli dá trabalho à líder. Ele dirigiu a "Casa dos Artistas" (SBT), fenômeno de audiência que, na final da primeira edição, em 2001, chegou a derrotar a Globo por 55 pontos a 15.
"Sinto que hoje estou concorrendo com o mesmo "Fantástico" da época da "Casa 1". O programa não mudou, e esse é o seu problema. Já a concorrência melhorou", diz o diretor.
A estrutura que Carelli tem nas mãos na TV do bispo Edir Macedo é, segundo ele, incomparavelmente maior à que tinha no SBT. São 210 profissionais, fora contratados eventuais. Ele não divulga valores, mas a Folha apurou que a Record gastou R$ 25 milhões na "Fazenda 1" e agora, só com a reforma, foram R$ 5 milhões.
Além disso, o cachê dos participantes, que girava em torno de R$ 100 mil na primeira edição, deverá ser inflacionado em razão do sucesso do programa -o vencedor continua levando R$ 1 milhão.
Carelli não quer revelar os novos convocados. Diz que a imprensa já publicou 50 nomes -entre os quais o nadador Fernando Scherer e a ex-bandeirinha e capa da "Playboy" Ana Paula Oliveira- e acertou 12, mas em listas diferentes. "Além da expectativa do público, é importante que os próprios concorrentes não saibam quem são os outros para não se comunicarem antes."
Nova queridinha da Record, "A Fazenda" faz do clima de mistério um de seus trunfos. E Carelli é especialista nisso -a "Casa dos Artistas" foi planejada por ele em sigilo absoluto e sua estreia, em pleno domingo, foi uma surpresa para imprensa, concorrentes e público.
Na visita da Folha, na última quarta-feira, o diretor ficou atento para que novidades e o elenco não fossem revelados. As repórteres tiveram de viajar a Itu em carro da Record, com a assessoria de imprensa, e não puderam levar fotógrafo.

Subcelebridade
Carelli não gosta do termo "subcelebridade" para definir os elencos da "Casa dos Artistas" e da "Fazenda", que ia da Mulher Samambaia à mulher do cantor Latino. "Celebridade engloba todos os que estão na mídia. Pode ser um protagonista de novela ou a namorada de um cantor. A diferença é o nível de fama", defende.
Ele afirma escalar "menos famosos" de propósito. "Dizem que é porque não conseguimos contratar só famosos. Claro que tentamos muitos que não topam, mas é bom colocar "nomões" com os pouco famosos. Isso dá química; os famosos tem de tratar os outros de igual para igual, e, na segunda semana, todos têm a mesma fama." Desculpa ou não, sorte dos "menos famosos". Que o diga Bárbara Paz, anônima antes da "Casa" e hoje personagem importante da novela da Globo.


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