DA REDAÇÃO

Muitos artigos aqui e no Reino Unido (na época do "boom" do DJ Marky por lá) brincaram com a comparação música eletrônica/futebol: os ingleses inventaram, mas os brasileiros é que vão lapidar a coisa. Se é assim, o "Amp Brasil" garimpa os jogadores que vêm despontando nos vários "times" da cena nacional.
O Brasil já mostrou o que seus DJs são capazes de fazer, e a produção vem naturalmente, seja dos DJs que sentem a necessidade de criar a música ideal para a pista, seja de músicos que vêem na eletrônica uma grande ferramenta.
A qualidade das produções é alta e surpreende por escancarar que, em tão pouco tempo de cena (cerca de seis anos), os brasileiros descobriram que podiam fazer tantas coisas diferentes.
Tem a experiência de Mau Mau, Franco Jr., Manoel Vanni e Marcel SK, que, em forma de M4J, misturam, na faixa "Macumba", sons regionais com o tecno.
Há "Station", a primeira faixa do 2Freakz, projeto do DJ Camilo Rocha, que com o DJ Yah! bota lenha nas batidas e produz um acid tecno pesado, com muito groove.
Há o tecno gostoso de Renato Garga com seu pioneiro projeto Pink Freud. E outro tecno, do Technozoide, de Mad Zoo.
O experimental do produtor iugoslavo Suba coloca uma voz numa base bem "intimista". E tem Flu, que põe as batidas num universo de cordas emocionante.
No drum'n'bass, tem os garotos Jr. Deep e Guilherme Lopes, com "Aí Maluco" mixada pelo "pelé" Marky. Tem Patife mixando "Pra Você Lembrar", de Max de Castro. E há Otto, que a cada dia enfia mais o pé no eletrônico. E tem ainda Bruno E., com O Discurso, e o Mikrob, que faz algo parecido com um "bossa'n'bass".
O AD coloca suas influências rock na fórmula guitarra/baixo com teclado/sintetizador. E Gil Mahadeva e Influx fazem seu trance psicodélico.
Se a copa do mundo eletrônica fosse hoje, teríamos uma seleção de respeito. Mas a torcida com certeza sentiria falta de dois craques: do Level 202, de Renato Cohen, e de Ramilson Maia. (BMB)

Amp Brasil
   
Artista: vários
Lançamento: Trama, com MTV
Quanto: R$ 20, em média