São Paulo, segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

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Surfista Prateado vê seu início e "fim"

Lançamentos trazem as primeiras histórias, dos anos 60, e reflexão sobre como seriam seus últimos dias

PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

À primeira vista, ele pode parecer esquisito: lembra a estátua do Oscar, mas é prateado, em vez de dourado. E voa de um planeta a outro não em uma nave espacial, mas sobre uma prancha. Mas, superada a estranheza inicial, o Surfista Prateado é um dos mais interessantes super-heróis dos quadrinhos norte-americanos. E o Brasil recebe agora duas obras relacionadas ao personagem: seu início e seu "fim".
O roteirista Stan Lee e o artista Jack Kirby criaram o Surfista em 1966 como coadjuvante do Quarteto Fantástico. Tratava-se de um alienígena com poderes "cósmicos" inimagináveis, capaz de viajar de uma galáxia a outra movido por suas próprias energias, materializadas na forma de uma prancha. Após uma reviravolta, ele foi aprisionado à Terra. Um campo de força o mantinha dentro da atmosfera terrestre.
O Surfista ganhou revista própria em 1968. As sete primeiras histórias dessa fase estão reunidas no recém lançado primeiro volume de "Biblioteca Histórica Marvel - O Surfista Prateado". Trata-se de uma coleção que republica as histórias dos principais personagens da editora na ordem original.
Neste volume, é possível ver por que o Surfista se tornou icônico dentro do universo de super-heróis. A maioria dos "mocinhos" da Marvel era de personagens "humanizados": o Homem-Aranha era um nerd sem dinheiro; os X-Men eram rejeitados por serem diferentes; o Quarteto Fantástico era uma família. Aí veio o Surfista.
Alienígena nobre e puro, com monólogos que transitavam entre a filosofia e a poesia, o Surfista se viu preso a um planeta atrasado, com guerras, preconceitos, violência e crimes. Diferente dos outros heróis, que queriam ser aceitos, o Surfista queria fugir da Terra. E, por não poder, ia, aos poucos, tentando entender por que o ser humano tem tantos defeitos -e tantas qualidades.
"Réquiem", minissérie que também está saindo no país, parte do seguinte ponto: se o Surfista Prateado descobrir que está para morrer, como seriam seus últimos dias? Não que se trate de sua última história. A editora não mataria o personagem -não quando ainda há tanto a refletir sobre a complexa espécie humana e seu lugar no universo.


BIBLIOTECA HISTÓRICA MARVEL - SURFISTA PRATEADO Nº 1
Autores: Stan Lee e John Buscema
Editora: Panini
Quanto: R$ 62 (264 páginas)

RÉQUIEM (MINISSÉRIE EM DUAS EDIÇÕES MENSAIS)
Autores: J. Michael Straczynski e Esad Ribic
Editora: Panini
Quanto: R$ 5,90 (48 páginas, cada edição)



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