São Paulo, terça-feira, 16 de janeiro de 2007

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Emissoras lucram no Ibope com cratera de SP

Record ultrapassa Globo de manhã, e "SPTV" registra uma das maiores audiências

TVs ampliam o espaço da cobertura do acidente nas obras do metrô, e alguns plantões escorregam em um tom sensacionalista


LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O acidente na linha quatro do metrô, que abriu uma cratera ao lado da Marginal Pinheiros, em São Paulo, está rendendo resultados inéditos de audiência para as emissoras de TV.
A cobertura exaustiva da tragédia levou a Record, pela primeira vez, à liderança no Ibope pela manhã -ontem, das 7h50 às 11h45. O jornal "Fala Brasil", que costuma marcar cinco pontos de média, subiu para oito. Na seqüência, o "Hoje em Dia", de variedades, abriu espaço a plantões jornalísticos sobre o acidente e marcou dez pontos, o dobro de sua média normal.
A Globo, com programação infantil, amargou o segundo lugar. A emissora iniciou o "SPTV" quase uma hora mais cedo, às 11h28, e fez uma edição especial. Chico Pinheiro ancorou o telejornal do local do acidente, e a audiência subiu. A média, que gira em torno de 13 pontos, subiu para 17. O pico foi de 23 pontos, um dos maiores já registrados pelo telejornal.
Pinheiro poderá voltar a apresentar o programa do local hoje, especialmente se a marginal continuar interditada.
O policialesco "Brasil Urgente" (Band) de sexta-feira, dia do acidente, faturou com a cratera. Ficou em segundo lugar no Ibope das 19h às 19h20. A Bandeirantes colocou o buraco até no "Programa Raul Gil", no domingo. O programa de auditório foi interrompido pelo "Notícias da Redação".
Desde a sexta-feira, quando a cratera se abriu engolindo carros e caminhões, TVs mantêm por horas a fio imagens aéreas da cratera e notícias relacionadas às buscas. As informações do trânsito e o drama das vítimas atraiu mais os telespectadores paulistanos.
Alguns plantões ao vivo, em especial os da Record e da Band, escorregaram em tom sensacionalista, com âncoras brigando por entrevistas exclusivas e emocionais com familiares dos desaparecidos.
Os números são dados prévios do Ibope da Grande São Paulo, onde cada ponto equivale a 55 mil domicílios.


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