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Emissoras lucram no Ibope com cratera de SP
Record ultrapassa Globo de manhã, e "SPTV" registra uma das maiores audiências
TVs ampliam o espaço da cobertura do acidente nas obras do metrô, e alguns plantões escorregam em um tom sensacionalista
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O acidente na linha quatro do
metrô, que abriu uma cratera
ao lado da Marginal Pinheiros,
em São Paulo, está rendendo
resultados inéditos de audiência para as emissoras de TV.
A cobertura exaustiva da tragédia levou a Record, pela primeira vez, à liderança no Ibope
pela manhã -ontem, das 7h50
às 11h45. O jornal "Fala Brasil",
que costuma marcar cinco pontos de média, subiu para oito.
Na seqüência, o "Hoje em Dia",
de variedades, abriu espaço a
plantões jornalísticos sobre o
acidente e marcou dez pontos,
o dobro de sua média normal.
A Globo, com programação
infantil, amargou o segundo lugar. A emissora iniciou o
"SPTV" quase uma hora mais
cedo, às 11h28, e fez uma edição
especial. Chico Pinheiro ancorou o telejornal do local do acidente, e a audiência subiu. A
média, que gira em torno de 13
pontos, subiu para 17. O pico foi
de 23 pontos, um dos maiores
já registrados pelo telejornal.
Pinheiro poderá voltar a
apresentar o programa do local
hoje, especialmente se a marginal continuar interditada.
O policialesco "Brasil Urgente" (Band) de sexta-feira, dia do
acidente, faturou com a cratera. Ficou em segundo lugar no
Ibope das 19h às 19h20. A Bandeirantes colocou o buraco até no
"Programa Raul Gil", no domingo. O programa de auditório foi interrompido pelo "Notícias da Redação".
Desde a sexta-feira, quando a
cratera se abriu engolindo carros e caminhões, TVs mantêm
por horas a fio imagens aéreas
da cratera e notícias relacionadas às buscas. As informações
do trânsito e o drama das vítimas atraiu mais os telespectadores paulistanos.
Alguns plantões ao vivo, em
especial os da Record e da
Band, escorregaram em tom
sensacionalista, com âncoras
brigando por entrevistas exclusivas e emocionais com familiares dos desaparecidos.
Os números são dados prévios do Ibope da Grande São
Paulo, onde cada ponto equivale a 55 mil domicílios.
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