São Paulo, quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

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Fox faz ficção sobre Polícia Civil de SP em "9 mm"

Minissérie com elenco e equipe nacionais é livremente inspirada em casos reais e teve consultoria informal de detetives brasileiros

Divulgação
Elenco da minissérie brasileira "9 mm: São Paulo', da Fox


LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Com cada um de seus quatro episódios orçado em US$ 200 mil (R$ 348 mil), a minissérie "9 mm: São Paulo", que narra o cotidiano de agentes do departamento de homicídios da Polícia Civil paulistana, tem estréia prevista para o fim deste semestre, na Fox.
Para falar sobre a primeira produção nacional 100% financiada pelo grupo (a série cômica "Avassaladoras" foi uma parceria com a Record), o braço latino-americano do canal designou não um, nem dois, mas três altos executivos, e nenhum roteirista, diretor ou ator brasileiro -que poderia falar com mais propriedade sobre personagens e arcos dramáticos.
De Los Angeles (a 9.913 km do set paulistano, ativo entre novembro e dezembro passados), a trinca de engravatados contou que, durante a elaboração de scripts, dois ou três detetives de São Paulo serviram de consultores informais para procedimentos e jargões. "O funcionamento de uma delegacia é diferente nos EUA e no Brasil. Aí, muitas coisas não são fornecidas pelo governo e saem do bolso do delegado", diz o diretor executivo de desenvolvimento, Jorge Stamadianos.
As páginas finais dos roteiros também têm "verniz" local -num contraponto à hipereficiência de "CSI" e afins norte-americanos. "Nem sempre o caso será resolvido ao fim do episódio. É para mostrar como é difícil resolver um crime, como há poderes que às vezes interferem na lei", afirma Stamadianos. "A realidade da América Latina nos mostra que, devido à corrupção de alguns policiais e a outros fatores, nem sempre os casos são solucionados", emenda Emiliano Saccone, vice-presidente sênior de marketing e entretenimento.
A idéia de rodar uma ficção policial "livremente inspirada" em ocorrências reais (que nem os executivos, nem a assessoria do canal souberam listar) partiu da Moonshot Produções. A Fox latino-americana viu no projeto a chance de ganhar força no Brasil, onde, diz Saccone, "não sei por que, o braço do canal não é tão forte quanto no resto da América Latina".
Depois de tratamentos de roteiro, chegou-se a uma estrutura "semi-serializada": há tramas iniciadas e concluídas num só episódio, mas também um fio de enredo que se estende por toda a série. Da mesma forma, existe um equilíbrio entre a investigação criminal e a vida pessoal dos agentes. A descrição sugere um resultado entre "Lei e Ordem" e "The Shield".
Se a recepção a "9 mm" for positiva, não está descartada uma segunda leva de histórias. Um reality show nacional também está nos planos da Fox.


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