São Paulo, sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

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Crítica

"Baixio das Bestas" ilustra exploração

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Há uma bela e significativa cena em "Baixio das Bestas" (Canal Brasil, 0h45; não recomendado para menores de 18 anos) em que um lavrador retorce dramaticamente um pedaço de cana, tirando-lhe suas últimas gotas de vida.
É disso que fala este forte filme de Cláudio Assis: a exploração generalizada numa região, no interior de Pernambuco, que também está no bagaço, exaurida como o solo pós-cultivo canavieiro.
Se o sábio do filme é um avô que explora a própria neta, ou se os playboys vêm de Recife para barbarizar na região, maltratando prostitutas e desvirginando mocinhas, isso não é de se estranhar: rouba-se e explora-se aqui.
Uma situação que é fato no nosso Brasil, mas que ninguém dá muita importância -a condição brutal em que se encontram várias mulheres pelo interior adentro e uma das mais desumanas profissões, esta da extração canavieira. E com o nosso presidente citando, tempos atrás, que os usineiros são como heróis de nosso país.


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