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Crítica
"Baixio das Bestas" ilustra exploração
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há uma bela e significativa
cena em "Baixio das Bestas"
(Canal Brasil, 0h45; não recomendado para menores de 18
anos) em que um lavrador retorce dramaticamente um pedaço de cana, tirando-lhe suas
últimas gotas de vida.
É disso que fala este forte filme de Cláudio Assis: a exploração generalizada numa região,
no interior de Pernambuco,
que também está no bagaço,
exaurida como o solo pós-cultivo canavieiro.
Se o sábio do filme é um avô
que explora a própria neta, ou
se os playboys vêm de Recife
para barbarizar na região, maltratando prostitutas e desvirginando mocinhas, isso não é de
se estranhar: rouba-se e explora-se aqui.
Uma situação que é fato no
nosso Brasil, mas que ninguém
dá muita importância -a condição brutal em que se encontram várias mulheres pelo interior adentro e uma das mais
desumanas profissões, esta da
extração canavieira. E com o
nosso presidente citando, tempos atrás, que os usineiros são
como heróis de nosso país.
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