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TELEVISÃO
Crítica
Biografia de Dylan faz par com hippies e Batman
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em princípio, não é tão genial assim "Não Estou Lá"
(TC Cult, 23h55, 12 anos) deixar claro que um filme não pode dar conta de uma vida. Isso,
em outros modos, já estava em
"Cidadão Kane", que Orson
Welles rodou em 1941.
O que é efetivamente brilhante na cinebiografia que
Todd Haynes fez de Bob Dylan
é o que vem a partir disso. E
uma das questões do cinema é
essa: de que modo as coisas são
roubadas do mundo para reaparecer na tela.
Será aos pedaços, transfigurado em mais de um corpo, entre Heath Ledger, Cate Blanchett, Richard Gere etc., que
Dylan ganhará corpo -como
uma imagem instável, transitando no mundo, repelindo
qualquer definição redutora
sobre sua pessoa artista (ou
pessoa e artista). Não é pouco,
em se tratando de um dos grandes músicos americanos.
Falando de vida, há "O Mundo de Jack e Rose" (TC Cult,
19h55, 18 anos), em que um pai
percebe que, à porta da morte,
precisa conduzir sua filha a novos caminhos, apresentando a
ela uma situação além daquela
na qual eles vivem -uma comunidade hippie perfeita em
sua filosofia, mas isolada.
Ainda sobre o mundo, temos
"Batman - O Cavaleiro das
Trevas" (HBO, 18h12, 12
anos), que torna Gotham City
um correlato de Nova York.
Impressiona, mas não torna a
direção de Christopher Nolan
(nem a discussão, rasa) melhor.
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