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EVENTO
Série promovida pela Folha, PUC-SP e pelo Sesc já promoveu 81 debates; mais dez temas serão discutidos em 2004
"Diálogos Impertinentes" chega ao 10º ano
DA REDAÇÃO
A série "Diálogos Impertinentes" entra em 2004 no seu décimo
ano com o tema "A Impunidade",
que será discutido hoje, às 21h, no
auditório do Sesc Pompéia .
Uma iniciativa da Folha, da
Pontifícia Universidade Católica
(PUC) e do Serviço Social do Comércio (Sesc), a série foi idealizada em outubro de 1994 e teve seu
primeiro debate realizado em
maio de 1995, sobre "O Desejo",
debatido pelo teólogo Leonardo
Boff e pela psicanalista Miriam
Chnaiderman. Até hoje, 81 programas foram produzidos, com
transmissão inicialmente da TV
PUC e, desde 1999, da Rede SescSenac de Televisão.
Os debates são sempre abertos a
participação da platéia e dos telespectadores, que enviam perguntas por telefone, fax e e-mail.
Desde o primeiro encontro, a
apresentação da série esteve a cargo do professor do Departamento
de Teologia da PUC-SP Mario
Sergio Cortella, que divide a mediação com um jornalista convidado. Cortella relembra que o objetivo da criação de "Diálogos Impertinentes" foi de fazer um "programa de TV de alta densidade,
mas com formato diferenciado. E
pensamos algo que lembrasse os
diálogos de Platão. Foi também a
partir daí que começamos a elaborar o nome da série".
Para o professor da PUC, o adjetivo "impertinente" era o mais
adequado. "A impertinência seria
aquela que sairia do óbvio. Ela
não viria de colocar apenas frente
a frente dois dialogadores de pensamentos opostos", afirma.
Entre as edições memoráveis da
série, muito pela temperatura dos
debates, Cortella destaca o encontro entre o escritor e educador
Rubem Alves e o antropólogo
Darcy Ribeiro (1922-1997), que
discutiram "A Utopia" em 1995, e
"Religiões", discutido pelo teólogo Frei Betto e pelo filósofo José
Arthur Giannotti no mesmo ano.
Ao longo deste ano, ainda estão
programadas as discussões dos
temas "A Riqueza", "O Ócio", "A
Individualidade", "O Ocultismo",
"A Alienação", "A Exclusão", "O
Radicalismo", "O Direito" e "O
Imponderável".
O debate de hoje, sobre "A Impunidade", terá a presença de Alberto Zacharias Toron, advogado
criminalista e professor da PUC-SP, e Sérgio Rabello Renault, secretário de Reforma do Judiciário
do Ministério da Justiça, com mediação de Cortella e do ombudsman da Folha, Bernardo Ajzenberg. O Sesc Pompéia está localizado à r. Barão do Bananal, s/nº,
esquina com a r. Clélia, Pompéia,
São Paulo. A entrada é gratuita.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, a partir das 14h.
"A Vida"
Na última edição de "Diálogos
Impertinentes", o tema debatido
foi "A Vida", em novembro do
ano passado. Participaram Oswaldo Giacoia Jr., professor livre-docente de filosofia na Unicamp,
e Maria do Carmo Sitta, geriatra
do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. A mediação foi de Mario Sergio Cortella e de Bernardo Ajzenberg.
Questionado sobre a conhecida
afirmação "a vida é bela", Giacoia
Jr. comentou que "esse tipo de
postura implica uma forma de se
relacionar com a vida que se coloca no registro imanente à vida. Ela
só pode ser considerada bela ou
não-bela não porque tenha uma
finalidade extrínseca a ela, mas
porque se organiza de tal maneira
que a vida possa receber esse predicado tal como a obra de arte pode receber o seu predicado".
Em outro momento, Maria do
Carmo Sitta afirmou, acerca do
fim da vida e das maneiras para
adiá-lo, que "a medida que o conhecimento progride, existe uma
evolução também do pensamento e do conhecimento médico, naturalmente. Mas hoje, na área da
medicina, o que se busca é a qualidade de vida. Em vez de buscar
métodos para retardar o fim da
vida, a pergunta é: será que eu
posso devolver o paciente à mesma condição que tinha antes?".
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