São Paulo, segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

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Jovem atriz peruana vivia em cidade tomada pelo Sendero Luminoso

DA ENVIADA A BERLIM

"Meus lábios estão tremendo, mas quero agradecer infinitamente", disse a atriz Magaly Solier, protagonista de "La Teta Asustada", quando o filme de Claudia Llosa ganhou o Urso de Ouro anteontem.
Solier era uma estudante que vendia Puca Caliente -prato peruano à base de batata e carne de porco- nas escadarias de uma igreja, com a intenção de arrecadar fundos para sua escola, quando Llosa a avistou.
A diretora estava na região de Ayacucho, buscando lugares onde pudesse rodar seu primeiro longa-metragem, "Madeinusa" (2006), que Solier terminou protagonizando. "Fiquei extremamente impressionada quando a vi. É uma pessoa que tem uma capacidade de transmitir muito sentido", afirma Llosa.
Para viver a Fausta de "La Teta Asustada", a cineasta não conseguiu pensar em ninguém mais que Solier. "Ela nasceu em Guanta, a primeira cidade tomada pelo Sendero Luminoso e a última que liberaram. Para mim, uma pessoa com a capacidade emocional de Magaly era a única que poderia resistir ao peso de Fausta", disse.
Cantora e compositora, Solier é autora das músicas que Fausta canta no filme. "O difícil foi encontrar a expressão dela. Eu ficava horas ao piano, tocando uma só tecla e procurando esse tom que fosse da personagem", disse a atriz, após a estreia do filme em Berlim.
Com os lábios trêmulos, Solier dedicou a vitória de "La Teta Asustada" para o seu país e sua mãe. E cantou na língua indígena quéchua.


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