|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Feira internacional começa reduzida
Após conflitos entre galeristas e administração, 29ª edição da Arco, em Madri, terá menos expositores
SILAS MARTÍ
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
Quase não acontece a edição
deste ano da Arco, feira de arte
contemporânea que começa
amanhã em Madri. Um dos
eventos mais tradicionais da
Europa, a Arco chega à sua 29ª
edição depois de atravessar
conflitos internos e em meio à
turbulência da crise econômica
que atinge a Espanha.
Desde dezembro, galeristas
vêm travando brigas com a nova direção da Ifema, órgão que
administra o pavilhão do evento. A situação só voltou ao normal após um acordo em janeiro, mas o imbróglio provocou
baixas de peso. Deixaram de
participar as gigantes londrinas
Lisson e Anthony Reinolds e o
madrileno Pepe Cobo. Também ameaçam sair Helga de Alvear e Juana de Aiuzpuru, duas
das maiores casas de Madri.
"Teve algumas baixas, sim",
relativiza Eduardo Leme, dono
da galeria Leme e membro do
comitê de seleção da Arco.
A presença brasileira também encolheu neste ano. Leme,
Casa Triângulo e Luciana Brito,
galerias paulistanas que costumam participar da Arco, contiveram os gastos e vão dividir o
espaço de um só estande.
Decidiram reduzir sua presença ao setor de projetos especiais as galerias Marília Razuk e
Vermelho. No lugar de um estande tradicional, levam um só
artista à Arco, numa parte da
feira organizada por curadores.
"A Arco é cara, então diminuí
um pouco minha participação",
diz a galerista Marília Razuk.
"Acho importante participar,
como vitrine, mas, na Espanha,
a crise pegou em cheio."
Na mesma ala em que Marília Razuk exibe obras de Felipe
Cohen, a Vermelho expõe uma
instalação de Carla Zaccagnini,
mas decidiu levar trabalhos para outra feira, que acontece ao
mesmo tempo em Madri. Na
primeira edição da Just Madrid
estarão obras de Marcelo Cidade, Lia Chaia e Nicolás Robbio.
Se a Arco não costuma atrair
grandes colecionadores, é conhecida pela forte entrada no
circuito institucional, com vendas para os museus espanhóis.
Mas a crise também bateu neles. Manuel Borja-Villel, diretor do Reina Sofía, já mandou o
recado: vai às compras com
muito menos dinheiro.
A feira quer aumentar o número de colecionadores que recebe mudando de país homenageado para cidades. Com Los
Angeles como tema, recebe galerias badaladas da metrópole
californiana, como Acme, Peres
Projects e Regen Projects.
O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite do Centro Oficial de Turismo Espanhol
Texto Anterior: Resumo das novelas Próximo Texto: João Pereira Coutinho: Matadouros Índice
|