São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Feira internacional começa reduzida

Após conflitos entre galeristas e administração, 29ª edição da Arco, em Madri, terá menos expositores

SILAS MARTÍ
ENVIADO ESPECIAL A MADRI

Quase não acontece a edição deste ano da Arco, feira de arte contemporânea que começa amanhã em Madri. Um dos eventos mais tradicionais da Europa, a Arco chega à sua 29ª edição depois de atravessar conflitos internos e em meio à turbulência da crise econômica que atinge a Espanha.
Desde dezembro, galeristas vêm travando brigas com a nova direção da Ifema, órgão que administra o pavilhão do evento. A situação só voltou ao normal após um acordo em janeiro, mas o imbróglio provocou baixas de peso. Deixaram de participar as gigantes londrinas Lisson e Anthony Reinolds e o madrileno Pepe Cobo. Também ameaçam sair Helga de Alvear e Juana de Aiuzpuru, duas das maiores casas de Madri. "Teve algumas baixas, sim", relativiza Eduardo Leme, dono da galeria Leme e membro do comitê de seleção da Arco.
A presença brasileira também encolheu neste ano. Leme, Casa Triângulo e Luciana Brito, galerias paulistanas que costumam participar da Arco, contiveram os gastos e vão dividir o espaço de um só estande. Decidiram reduzir sua presença ao setor de projetos especiais as galerias Marília Razuk e Vermelho. No lugar de um estande tradicional, levam um só artista à Arco, numa parte da feira organizada por curadores.
"A Arco é cara, então diminuí um pouco minha participação", diz a galerista Marília Razuk. "Acho importante participar, como vitrine, mas, na Espanha, a crise pegou em cheio."
Na mesma ala em que Marília Razuk exibe obras de Felipe Cohen, a Vermelho expõe uma instalação de Carla Zaccagnini, mas decidiu levar trabalhos para outra feira, que acontece ao mesmo tempo em Madri. Na primeira edição da Just Madrid estarão obras de Marcelo Cidade, Lia Chaia e Nicolás Robbio.
Se a Arco não costuma atrair grandes colecionadores, é conhecida pela forte entrada no circuito institucional, com vendas para os museus espanhóis. Mas a crise também bateu neles. Manuel Borja-Villel, diretor do Reina Sofía, já mandou o recado: vai às compras com muito menos dinheiro.
A feira quer aumentar o número de colecionadores que recebe mudando de país homenageado para cidades. Com Los Angeles como tema, recebe galerias badaladas da metrópole californiana, como Acme, Peres Projects e Regen Projects.

O jornalista SILAS MARTÍ viajou a convite do Centro Oficial de Turismo Espanhol



Texto Anterior: Resumo das novelas
Próximo Texto: João Pereira Coutinho: Matadouros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.