GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Concebido em 1998 pela artista Fabiana de Barros e desenvolvido em cidades como Lisboa, Atenas, Havana, São Paulo e Nova York, o projeto Fiteiro Cultural ganha edição em livro pela editora do Sesc paulista, com lançamento hoje na 19ª Bienal. O volume tem textos do curador argentino Carlos Basualdo e de Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc de São Paulo.
Inspirada pelos quiosques de uso múltiplo presentes nas ruas de João Pessoa -e ali chamados de "fiteiros"-, Barros, 48, resolveu aplicar o conceito à arte pública, criando tendas que se transformam em ateliês, centros de criação e espaços para performance. Uma vez criados, os espaços estão prontos para serem ocupados pelas comunidades, com variadas possibilidades de configuração à realidade local.
"Eu já estava encantada com os quiosques, ao mesmo tempo práticos e efêmeros, quando pensei: "preciso de um ateliê que seja aberto, e que as pessoas possam ter fácil acesso a mim". Foi um espaço cultural criado à minha medida", conta ela.
A idéia surgiu quando Fabiana, paulistana radicada na Suíça, participava de um intercâmbio de artistas europeus na capital paraibana. Desde então, recebeu inúmeros convites de instituições, ONGs ou galerias internacionais para montar seus quiosques ao redor do mundo.