São Paulo, sexta-feira, 16 de março de 2007 |
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"É claro que eu sou um dinossauro"
Garnier diz que não gosta das bandas da chamada new rave; "não conhecem história e não estão fazendo nada novo"
Leia a seguir, a continuação
da entrevista com o francês
Laurent Garnier.
(THIAGO NEY)
FOLHA - Você não gosta dessas misturas que estão fazendo hoje na dance music? LAURENT GARNIER - Em mais de 20 anos de dance music, muita gente vem misturando diferentes estilos. Música indiana com dance, world music com dance. Isso existe há tempos. Mas essas fusões são rasteiras, porque quem faz isso normalmente não pertence a nenhum desses estilos. Quando eu toco drum'n'bass, não misturo com batidas de tecno. Gosto do d'n'b pelo que ele é. A mesma coisa com hip hop, dub, reggae. O problemas com muitas dessas bandas de rock é que elas não têm bagagem. Outro dia, vi uma reportagem sobre new rave, como chamam na Inglaterra. Nenhuma dessas bandas me agrada, não conhecem a história. E não estão fazendo nada novo. Ninguém venha me dizer que é novo porque o New Order fazia isso há 20 anos, e fazia naturalmente. Nos anos 80, quando a house music surgiu, e aquilo foi uma verdadeira revolução, você nem precisava tanto ter uma bagagem, porque ali a história estava sendo feita. A house foi algo realmente novo. Usaram a tecnologia de uma maneira inovadora, os vocais eram usados como um instrumento, como uma máquina. Hoje, quando uma banda mistura rock com dance music, dois estilos que têm uma história extensa, me desculpe, mas você tem obrigação de saber como tudo começou. FOLHA - Além do electro-rock, a
dance music vem sendo tomada pelo estilo minimalista...
FOLHA - Os novos softwares podem trazer algo de novo à música?
FOLHA - No rock, artistas mais velhos, como os Stones, são chamados
de dinossauros. Você tem medo de
ser tratado como um dinossauro?
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