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Crítica
Méritos superam erros em "Antônia"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Antônia" (Cinemax,
18h45) foi um fracasso inesperado, e até hoje procuram-se as
causas do que teria acontecido
com este filme muito aplicado
de Tata Amaral, em que se esforçou para demonstrar conhecimento do mundo que descrevia. No mais, a história do conjunto musical das garotas da
Vila Brasilândia tinha música,
atrizes novas, boa ambientação. A filmagem é talentosa
(aproveita bem as ladeiras da
Brasilândia, por exemplo).
O que teria saído errado?
Talvez o fato de ter virado série
na TV Globo tenha desvendado
previamente o universo e o
mistério que se espera de todo
filme. Talvez os problemas do
roteiro tenham sido pressentidos: o filme abandona a história das garotas, que acompanha
até determinado momento, para reencontrá-la só no final.
Mais do que isso, o filme não
apresenta uma conclusão clara
sobre a Vila Brasilândia, sua
música, seus habitantes, o que
seria suscetível de confundir o
espectador. O público pede coisas simples: um policial que
possa chamar de herói, uma
heroína por quem chorar etc.
Os méritos de "Antônia" parecem bem maiores que suas
deficiências. O público pode
passar por cima dos problemas
se os méritos do filme puderem
mobilizá-lo. Parece que os de
"Antônia" não puderam, mas o
filme merece ser visto.
Também merecem: "Onde
Começa o Inferno" (19h35),
"Sindicato de Ladrões" (0h)
e "No Mundo de 2020" (1h50,
os três no TCM).
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