São Paulo, domingo, 16 de março de 2008

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Crítica

Méritos superam erros em "Antônia"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Antônia" (Cinemax, 18h45) foi um fracasso inesperado, e até hoje procuram-se as causas do que teria acontecido com este filme muito aplicado de Tata Amaral, em que se esforçou para demonstrar conhecimento do mundo que descrevia. No mais, a história do conjunto musical das garotas da Vila Brasilândia tinha música, atrizes novas, boa ambientação. A filmagem é talentosa (aproveita bem as ladeiras da Brasilândia, por exemplo).
O que teria saído errado? Talvez o fato de ter virado série na TV Globo tenha desvendado previamente o universo e o mistério que se espera de todo filme. Talvez os problemas do roteiro tenham sido pressentidos: o filme abandona a história das garotas, que acompanha até determinado momento, para reencontrá-la só no final.
Mais do que isso, o filme não apresenta uma conclusão clara sobre a Vila Brasilândia, sua música, seus habitantes, o que seria suscetível de confundir o espectador. O público pede coisas simples: um policial que possa chamar de herói, uma heroína por quem chorar etc.
Os méritos de "Antônia" parecem bem maiores que suas deficiências. O público pode passar por cima dos problemas se os méritos do filme puderem mobilizá-lo. Parece que os de "Antônia" não puderam, mas o filme merece ser visto.
Também merecem: "Onde Começa o Inferno" (19h35), "Sindicato de Ladrões" (0h) e "No Mundo de 2020" (1h50, os três no TCM).


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