|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUÍDO
Funk carioca chega a Europa, Japão e África
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Globalização é isso aí: o
selo britânico Mr. Bongo
lança em julho, na Europa, Japão e África, em CD e em vinil, a
compilação "Slum Dunk Presents Funk Carioca", com o melhor de DJ Marlboro, Tati Quebra-Barraco, Os Salientes, Os K-rrascos & Vanessinha Picatchu,
Deise Tigrona etc.
Há brasileiro na jogada. Quem
compilou o melhor do funk carioca para os gringos foi a dupla
eletrônica paulistana radicada
em Londres Tetine, de Bruno
Verner e Eliete Mejorado. "Slum
Dunk" é o programa que os dois
mantêm na rádio cult local Resonance 104.4 FM. A dupla está
às voltas com a liberação de fonogramas, junto ao DJ Marlboro -os samples de Madonna
em Tati são uma das dúvidas.
Eliete fala sobre o choque cultural: "Nossa idéia é tentar aproximar o funk carioca de outras
cenas, sem deixar nada a dever.
O funk é electro, disco punk,
Miami bass, hip hop, fetiche. As
pessoas ficam enlouquecidas
quando tocamos como DJs. Na
rádio chovem telefonemas, de
gente que nem sabe que aquilo é
música brasileira".
"O funk vai acabar com essa
história de world music. Apesar
de ser cantado em português e
aqui ninguém entender o que
está sendo falado, o princípio está na batida, na voz, na atitude,
na produção", justifica.
Empolgado, o Tetine já começou a compor funks paulistas-londrinos ("O Bonde do Carrão", o "Melô do Lingüição"),
mas eles não entram na coletânea -ficam para uma próxima.
O NÃO-LANÇAMENTO
"No Sub Reino dos Metazoários" (73) foi um dos
marcos gravados do desbunde à moda pernambucana, de que seu autor, Marconi Notaro, foi um dos representantes de ponta. Era uma
espécie de radicalização das
propostas tropicalistas
acontecida e para sempre
confinada ao terreno local. A
equipe envolvida incluía Zé
Ramalho, Lula Cortes, Robertinho de Recife etc. -o
mapa dos malucões desbundados era o mapa da futura
música pop nordestina. Esquisito e tosco à beça, o disco
de Marconi saiu pela gravadora local Rozenblit, hoje
extinta, soterrada e desaparecida. E uma audição do
testemunho de desbunde
excêntrico leva à dúvida: onde é que foi parar a música
esquisitona brasileira?
LOBÃO NO MANGUE
O terceiro número da revista
musical "Outracoisa", de
Lobão, já está no ar. O CD
encartado é o pós-mangue
beat "Nada de Novo", do
grupo pernambucano
Mombojó, originalmente
lançado, de forma bastante
restrita, no ano passado.
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE
A Ordem dos Músicos do
Brasil (OMB) está impedida,
por liminar, de cobrar
anuidades compulsórias a
profissionais do Estado de
Pernambuco. Juíza federal
determinou que tal
obrigatoriedade só pode ser
exigida de músicos
diplomados. A OMB afirma
que já entrou com recurso.
SEM IMAGENS
A Trama deixou de fora do
projeto "Elis & Tom - Edição
Especial" um programa de TV
com os dois artistas exibido na
época (74) pela Bandeirantes.
"As imagens não pertencem à
Trama e precisam ser
recuperadas para comporem
um DVD que pode ser lançado
no futuro", explica João
Marcello Bôscoli.
DO HIP HOP AOS PAMPAS
O próximo "Acústico MTV"
será de Marcelo D2, que já
causou susto em seu público
por falar mal do "Domingão
do Faustão" nas letras e depois
aparecer no dito cujo. Sua
assessoria afirma que o dele
será "bem diferente" dos
outros acústicos. A gravação
ocorre em julho; em setembro,
a MTV grava acústico dos
Engenheiros do Hawaii.
ROSA AMOROSA
Rosa Passos gravou, pela
Sony Classical norte-americana, um tributo a João
Gilberto. "Amorosa" tem no
repertório "Pra que Discutir
com Madame" e ""S
Wonderful" e participações de
Henri Salvador e Paquito
d'Rivera. Sai primeiro nos
EUA, Canadá, Europa e Japão;
aqui, só em setembro.
psanches@folhasp.com.br
Texto Anterior: Abril pro Rock "batiza" novas bandas Próximo Texto: Outros lançamentos - Toro, Pancho, Marky e Xerxes: In Rotation Índice
|