|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Franceses contemporâneos registram Oriente em transição em mostra paralela
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O olhar sobre o Japão a partir
do Brasil, mediado por artistas
franceses, se complementa
com a mostra "O Japão de Descamps e Desprez - Anos 90",
com séries realizadas cerca de
60 anos após a passagem de
Verger pelo Oriente.
Descamps e Desprez são fotógrafos da renomada agência
parisiense Vu e suas obras são
calcadas naquilo que alguns
críticos estão começando a denominar de fotografia documental imaginária. A fotografia
não é experimental na forma,
mas sim na abordagem que se
faz do visível. Importa menos o
que foi fotografado e mais a atmosfera que o fotógrafo consegue apreender do instante.
As fotografias em preto-e-branco de Descamps unem o
conceito do momento decisivo,
da tradição da escola francesa,
com uma pitada de surrealismo
colhido em andanças pelas cidades japonesas, tendo o bom
humor como marca. Em várias
de suas imagens fica clara a
idéia da junção de mundos antagônicos, uma clara analogia
às transformações por que passou a sociedade japonesa nas
últimas décadas.
Desprez faz uso de cores vibrantes para retratar a juventude globalizada dos anos 90, com
grande atitude no comportamento, em contraponto às tradições da cultura japonesa, oferecendo um paralelo dos mais
intrigantes com o Japão fotografado por Verger.
Entre os dois trabalhos, há
60 anos de diferença e um país
absolutamente renovado na
economia, na política e nas relações sociais, claramente impulsionado pelo avanço tecnológico que modificou o comportamento dos mais jovens
criando hoje uma grande dicotomia entre as gerações.
Descamps e Deprez virão a
São Paulo para realizar palestras no dia 22 deste mês, às 19h,
na Caixa Cultural Sé.
(EC)
Texto Anterior: Saiba mais: Babalaô na Bahia e doutor na Sorbonne Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice
|