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Bem-vindo aos anos oitenta
Capital e Bonfá retomam pop candango
Patricia Santos/Folha Imagem
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Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, que integravam a Legião Urbana; Bonfá, ex-baterista da banda, prepara disco solo
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ALEXANDRE LOURES
das Regionais
Com a volta do Capital Inicial e o
anúncio do primeiro disco solo de
Marcelo Bonfá, ex-baterista da Legião Urbana, o pop de Brasília ensaia uma volta à cena.
Outra banda do planalto que
planeja um retorno é a Plebe Rude, mas, segundo o produtor Pedro Vianna, os "plebeus" não conseguiram se reunir a tempo de ensaiar, adiando o reencontro.
O pontapé inicial deve ser dado
no próximo dia 17, no aniversário
de Brasília, com shows do Capital
Inicial e outras bandas locais, como os Raimundos (ainda não confirmada).
Em seguida, o Capital deve fazer
cerca de 18 shows pelo país, em comemoração aos 15 anos do início
da carreira da banda.
Está planejado também um disco com "remixes" de seus principais sucessos, como "Belos e Malditos" e "Música Urbana".
"A idéia é regravar as músicas e
entregar para pessoas antenadas
com os novos estilos, como Edu K,
Edi, Mitar Subotic e Apolo", afirma Dinho Ouro Preto, vocalista
do Capital Inicial.
O disco deve ficar pronto nos
próximos três meses. Tudo depende de um acordo com a Polygram,
que detém os direitos de gravação
das canções.
Disco inédito deve ficar para o
final deste ano. Antes, o conjunto
precisa acertar um contrato com
uma nova gravadora.
Segundo Felipe Lemos, baterista, o Capital já recebeu propostas
de quatro da cinco grandes gravadoras instaladas no país.
Primeiro solo
Outra novidade vinda da célula
musical que levou notoriedade ao
rock de Brasília dos anos oitenta é
a composição do primeiro disco
pós-Legião de Marcelo Bonfá.
"Compus uma série de músicas
no teclado e desenvolvi as dez que
mais gostei", explica.
Além das melodias, Bonfá será
responsável pelas letras e pelos vocais das canções. Para isso, ele já
está tomando aulas de canto.
"Estou me aventurando em terreno pantanoso, mas, como bom
aquariano, não posso fugir dos desafios", afirma.
Bonfá não tem contrato assinado com nenhuma gravadora e diz
que vai esperar o disco tomar forma para pensar nesse assunto.
"Ainda falta muita coisa, eu pretendo colocar baixo, bateria e guitarra, além de algumas coisas eletrônicas nas músicas", diz.
Como influências de seu trabalho solo ele cita Oasis, The Verve e
Depeche Mode, além de outros
"sons eletrônicos".
Quanto à inevitável comparação
com a Legião, o baterista é enfático: "Não tem nada a ver com o
meu trabalho anterior, a Legião tinha uma preocupação com as
mensagens e eu quero fazer música para entretenimento", diz.
Apesar disso, Bonfá fez todas as
canções da nova safra no teclado,
como fazia na época da Legião.
"Eu e o Dado (guitarrista da Legião) compunhamos em casa e
mandávamos as músicas para o
Renato (Russo) escolher."
Outro resquício da antiga banda
que Bonfá carrega é o estigma do
sucesso. "Eu me acostumei com o
sucesso durante todos esses anos
de Legião e quero continuar fazendo coisas que as pessoas gostem,
que toquem no rádio e tudo", diz.
Ele também admite que o gênio
dominador de Renato Russo inibia a participação dos parceiros e
diminuía o espaço deles na criação
do trabalho.
O disco de Bonfá deve contar
também com algumas letras de Alvin L. (ex-sex Beatles e agora em
carreira solo). A participação de
Dado Villa-Lobos não está descartada.
"O Alvin ficou de me mandar
duas letras. Já com o Dado não falei nada ainda, mas pode ser que
eu o convide para fazer algo no
meu disco. Quero pensar nas participações só na reta final", diz.
Bonfá pretende concluir as composições em julho para começar o
trabalho de estúdio. "Eu não gosto
de futebol mesmo, então vou
aproveitar a Copa para fazer música", afirma.
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