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Câmara de Ubatuba diminui
verba para "Hans Staden"
LUCILA GUEDES
da Folha Vale
A Câmara de Ubatuba (litoral
norte de São Paulo) limitou a R$
50 mil o repasse de recursos públicos para a produção do filme
"Hans Staden - Lá Vem Nossa Comida Pulando", em votação na
noite de anteontem.
O pedido original do prefeito Zizinho Vigneron (PRP) era de R$
250 mil. O custo do filme foi estimado em R$ 1,5 milhão.
A sessão foi acompanhada por
oito líderes da aldeia de índios
guarani da fazenda Boa Vista, na
costa norte de Ubatuba.
Os índios devem trabalhar como
figurantes no filme sobre o navegador Hans Staden, previsto para
ser rodado em agosto, segundo o
diretor Luís Alberto Pereira.
O cacique da aldeia, Marcos Tupã, foi picado por uma cobra anteontem e não esteve na Câmara.
Os vereadores não permitiram
que os índios falassem na sessão.
"Qualquer ajuda é boa. O filme
vai mostrar a nossa cultura. No
Brasil, pouca gente sabe ler, mas
muita gente assiste filme e TV. O
filme vai ajudar a mostrar nosso
passado", afirmou o guarani Cláudio Silva, 19, escalado como
"ponta" em "Hans Staden".
O filme conta a história de Staden, navegador alemão que naufragou no litoral brasileiro no século 16 e foi capturado por índios
antropófagos.
O diretor Luís Alberto Pereira
disse que esperava receber, no mínimo, R$ 120 mil de ajuda da Prefeitura de Ubatuba.
"Eu ia até fazer dois vídeos institucionais da cidade, mas vou rever
o acordo com o prefeito."
Os vereadores Agenor de Paula
(PMN) e Davi Praxedes (PMDB),
que votaram contra o repasse, disseram que a cidade precisa receber
ajuda e não dar dinheiro.
"Ubatuba é pobre. Os R$ 250
mil pedidos são quase 30% que temos para investir em cultura em
todo o ano", disse Praxedes.
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