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"Bienal devia rever estatuto", diz presidente
Reconduzido ao cargo, Manoel Pires da Costa propõe criação de corregedor para evitar irregularidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Passada a crise que marcou
sua reeleição para um terceiro
mandato como presidente da
Fundação Bienal, o empresário
Manoel Pires da Costa diz que
agora é o momento de rever o
estatuto da instituição.
"Ele deve ser mais curto,
mais fácil de interpretar e mais
objetivo. Algo em que a gente
bata o olho e saiba que não
está ferindo."
Para tornar esse processo
mais ágil, Pires da Costa sugere
a criação de uma espécie de
"corregedor" para auxiliar os
gestores. "Seria alguém com
uma certa vivência na Bienal,
que estivesse sempre atento e
que dissesse: "Olha, não vai por
aqui que está errado"," disse,
em entrevista à Folha.
Pires da Costa foi eleito em
19 de abril, mas sua posse ficou
em suspenso pois as contas de
2006 da instituição foram contestadas pelo conselho consultivo. Constatou-se que o empresário havia afrontado o estatuto da Bienal ao contratar
uma empresa de sua propriedade, a TPT Comunicações, para editar a revista "Bien'Art".
Na seqüência, o Ministério
Público considerou que, apesar
de irregular, o negócio não
trouxera prejuízos à fundação.
Foi feito, então, um Termo de
Ajustamento de Conduta, no
qual, entre outras coisas, o empresário compromete-se a não
contratar empresas de parentes de diretores e conselheiros
da fundação e "seus parentes
de até o terceiro grau". O contrato da TPT com a Bienal também foi anulado.
Baseando sua defesa nessa
conclusão, Pires da Costa teve
as contas aprovadas, e a nova
posse, permitida.
"As irregularidades foram
cometidas em uma situação de
crise com o objetivo de criar
instrumentos inteligentes para
a Bienal. É verdade que feriu
o estatuto. Mas a razão já foi
entendida."
Bienal de Arquitetura
Na próxima segunda, Pires
da Costa se reunirá com representantes do Instituto de Arquitetos do Brasil para decidir o
futuro da próxima Bienal de
Arquitetura, prevista para o segundo semestre. O empresário
diz que faltam recursos e que
deve propor aos parceiros um
modelo mais econômico e mais
atraente para o grande público.
"A IAB podia ser um pouco
mais liberal. Por exemplo, por
que a Casa Cor dá certo? Porque há fornecedores participando. Por que não pensamos
um formato parecido, mantendo a qualidade, mas que atraia
mais público?"
(SYLVIA COLOMBO)
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