ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

A Bandeirantes inaugurou ontem a cidade cenográfica que será usada para as gravações da novela "Serras Azuis", que estréia no próximo dia 22.
O terreno de 3.000 m2 onde foram construídos a cidade e os 920 m2 de estúdio fica num parque da Prefeitura de São Paulo.
Com o término da cidade cenográfica, a emissora conclui a implantação de seu núcleo de teledramaturgia, com um investimento de R$ 8,5 milhões, incluindo obras e equipamentos digitais.
A emissora fez com a prefeitura um acordo de concessão por comodato de terreno no parque Cemucam (Centro Municipal de Campismo), no km 22 da rodovia Raposo Tavares, em Cotia.
O acordo, segundo Rubens Furtado, diretor-geral da Bandeirantes, prevê a utilização do terreno até o fim das gravações. Essas concessões são limitadas a 90 dias. O prazo é renovável.
Para manter o acordo, a emissora fez melhorias no parque (instalações elétricas e quadras esportivas). Nos próximos meses, promoverá visitas guiadas ao local.
A novela "Serras Azuis", adaptada por Ana Maria Moretszohn, é baseada na obra de Geraldo França de Lima. O livro de Lima é inspirado num acontecimento real, o "Conflito", ocorrido na cidade de Catalão (Goiás) em 1892.
Na história, duas famílias, os Roldão e os Paiva, que moram na cidade de Serras Azuis, estão para se unir quando a morte de um Roldão, e a suspeita de que um Paiva seja o assassino, gera uma chacina. Sobrevivem duas crianças, uma de cada família, que se apaixonam 20 anos depois.
A cidade cenográfica deveria ter ficado pronta no dia 10 de maio, mas as constantes chuvas alongaram o cronograma.
As primeiras imagens contaram com quase todo o elenco da primeira fase da novela, que durará dois capítulos. Ontem, foram feitas cenas que mostram o resultado das matanças entre as duas famílias rivais. Hoje, serão gravadas imagens da Folia de Reis.
A cidade cenográfica conta com 16 prédios, calçamento, encanamento e instalações elétricas. Seis construções têm cenários interiores. Foram gastos cerca de dois meses de trabalho e R$ 1,5 milhão.
A arquitetura das fachadas foi inspirada na cidade de Cerro (interior de Minas Gerais). As construções, segundo o cenógrafo Jean Philippe Therene, 47, respeitam o estilo colonial mineiro.
A igreja fica no alto da cidade e a prefeitura, em um ponto baixo. É o reflexo da religiosidade do interior brasileiro. "Nas cidades inglesas, a primeira construção era a prefeitura. Nas portuguesas, era a igreja", conclui.



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